No Plano Safra 2020/2021, a taxa de juros para custeio deverá ser de 5%, segundo análise do ex-secretário de política agrícola e comentarista do Canal Rural, Benedito Rosa.
Para ele, a proposta para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2020/2021 entregue ao Ministério da Agricultura pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) nesta quarta, 13, no ‘geral são boas’, especialmente em relação a taxa de juros.
“Certamente o governo terá que baixar o nível de juros controlados tendo em vista a queda Selic que pondera o custo da captação de recursos da poupança, que é referência para a captação de juros. Tradicionalmente a taxa de juros no Brasil é alta, e um setor essencial para a economia como é a agricultura, sempre mereceu um tratamento diferenciado, por isso o governo criou uma rubrica orçamentária específica na lei para usar e cobrir a diferença entre a taxa de juros fixa e a captação do custo”, explica ele.
“Estamos com um cenário onde a Selic está em 3% e podendo cair mais. Consequentemente, se a taxa de captação estiver em torno de 3,5% mais uma absurda taxa dos bancos, teríamos um custo para o governo em torno de 7%. Então, se maior parte dos produtores tiverem uma taxa em torno de 5% ao ano, o governo terá que equalizar 2%, algo em torno de R$ 80 bilhões e só ai teríamos algo em torno de R$ 1,4 bilhão dos recursos equalizados”, afirma o comentarista.
Por fim, Benedito Rosa explica que na lei orçamentária existe uma medida no valor de pouco mais de R$ 10 milhões destinados à equalização das taxas de juros para apoiar a agricultura. “Só que mais de R$ 7 bilhões já estão comprometidos com prorrogação de dívidas, contratos vigentes e com isso sobra um pouco mais de R$ 2 bilhões para o governo distribuir em todos os programas. E nessa hora, programas estratégicos como Pronaf e Pronamp devem ter prioridades ou seja, o que resta de programas destinado ao setor será repartido”, diz.