Nesta terça-feira, 16, o Canal Rural transmite ao vivo Abertura Nacional da Colheita de Milho diretamente de Nova Mutum (MT), a partir das 10h. Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado, que também irá participar desta celebração que pode ser recorde para o Brasil, falou sobre a entrada da nova safra de milho no mercado e da tendência para os negócios.
“Esta é uma safrinha com problemas regionais, as colheitas começam agora no Mato Grosso e os demais estados devem iniciar os trabalhos no próximo mês. Naturalmente, nós temos uma readequação no mercado que está ligada aos preços dos portos, preços de exportação, porque precisamos exportar 30 milhões de toneladas este ano, e naturalmente a formação dos preços, ao menos pelos próximos 120 dias, será coordenada pelo preço no porto”, comenta Molinari.
De acordo com o analista, um câmbio mais volátil pode ajudar os preços nos portos e um câmbio mais valorizado pode trazer pressão aos preços dos portos. Isso acontece porque a safra americana poderia resultar em uma grande volatilidade internacional no mercado, porém, a safra dos Estados Unidos não passa por grandes problemas climáticos e por enquanto não há chance de grandes altas para a Bolsa de Chicago, com base no que é especulado pelo mercado.
Paulos Molinari confirma que neste momento o principal fator que impacta os preços são o câmbio, visto que não há neste momento preocupações climáticas com a safra americana e o início da pré-colheita do milho na maioria dos estados.
“Chegamos a ter na semana passada, 8 a 12, valores entre R$ 43 e R$ 44 por saca nos portos, nesta semana te trabalhamos com R$ 47 por conta da valorização do dólar. A partir da metade da colheita, vamos depender dessa volatilidade cambial, porque precisamos de liquidez e escoamento. Os portos precisam esvaziar um bom volume de oferta que vem nesses próximos 90 dias, são perto de 70 milhões de toneladas que entram no mercado neste período e metade disso são para exportações”, diz o analista.
Segundo Molinari, os negócios estão lentos nesta semana com a alta do câmbio, retraindo produtores que esperavam por preços maiores, mas que segundo o analista, não devem retornar tão cedo.