O mercado físico de boi gordo voltou a registrar preços mais altos nas principais regiões produtoras. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a oferta restrita de animais terminados dificulta a composição das escalas de abate, que, no momento atendem entre dois e três dias úteis de programação dos frigoríficos. “Como de praxe, os animais que cumprem os requisitos para exportação com destino ao mercado chinês permanecem muito demandados e são negociados em patamar diferenciado, bastante acima da referência média”, diz Iglesias.
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O grande limitador de movimentos ainda mais agressivos nos preços do boi está na situação da demanda, uma vez que o brasileiro médio tradicionalmente inicia o ano descapitalizado, com diversos tipos de gastos, como o pagamento de IPTU, IPVA, além da compra de material escolar. “Somado a isso o fluxo de embarques é mais comedido no decorrer do primeiro semestre”, aponta o analista.
Em São Paulo, Capital, a arroba do boi ficou a R$ 275, ante R$ 272 na última segunda. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 265 contra R$ 260. Em Dourados (MS), a arroba subiu de R$ 260 para R$ 263. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 251 ante R$ 250 e, em Uberaba, Minas Gerais, a R$ 270, ante R$ 266 na segunda-feira.
Atacado
No mercado atacadista, os preços também subiram. Conforme Iglesias, as redes varejistas operavam com estoques curtos após as festividades de final de ano, com necessidade de reposição no início do ano. “Essa necessidade somada ao encarecimento do boi gordo favoreceu a alta nos preços da carne bovina”, destaca o analista.
Com isso, o corte traseiro passou de R$ 19,90 o quilo para R$ 20,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 14,50 o quilo, estável, enquanto a ponta de agulha aumentou de R$ 14,50 o quilo para R$ 14,70 o quilo.