Os preços do boi gordo apresentaram comportamentos distintos nesta quinta-feira, 12, com alterações para cima e para baixo, dependendo da região. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ritmo de negócios apresentou mudança, com os frigoríficos buscando efetivar compras abaixo das referências médias de preços. Algumas empresas sinalizam com férias coletivas, enquanto a estratégia de reduzir a capacidade de abate vai sendo tomada em praticamente todas as unidades, uma consequência do encarecimento da matéria-prima nos últimos meses.
“Os frigoríficos parecem próximos do limite, com margens encolhendo, principalmente para aqueles que operam apenas no mercado doméstico. O preço da carne bovina subiu de forma muito acentuada, mas mesmo assim não foi o suficiente para cobrir os custos”, aponta o analista.
“Em linhas gerais, mesmo com o agressivo movimento de alta dos preços da carne, não houve o repasse necessário para mitigar o efeito dos avanços do preço do boi gordo, fazendo com que muitos frigoríficos passassem a operar com margens negativas. Resta saber como o pecuarista vai assimilar essa mudança de comportamento. A oferta permanecerá restrita daqui até o final do ano, avaliando que há grande dependência da oferta de confinados, uma vez que a estiagem prolongada vai atrasar a entrada de animais de safra”, complementa Iglesias.
Em São Paulo, este mercado apresentou suas particularidades, com poucos negócios realizados acima da linha de R$ 290,00 por arroba, e muitos frigoríficos ausentes, sinalizando para novos testes na próxima semana.
Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 294 a arroba, estáveis na comparação com a quarta-feira. Em Uberaba, Minas Gerais, os valores esteve em ficaram em R$ 285 – R$ 286 a arroba, ante R$ 285. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 285 a arroba, contra R$ 286. Em Goiânia, Goiás, o valor pago foi de R$ 280,00 a arroba, inalterado. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 276 a arroba, ante R$ 271.
Atacado
No mercado atacadista, os preços ficaram de estáveis a mais altos. De acordo com Iglesias, a expectativa é de continuidade deste movimento no curto prazo, diante das bonificações de final de ano típicas do período. “É importante destacar que o aquecimento da demanda durante o último bimestre é um elemento importante nas próximas semanas. Uma eventual redução da capacidade de abate também teria efeito sobre os preços da carne, produzindo o enxugamento dos estoques em um momento de demanda aquecida”, diz.
Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro permaneceu em R$ 15,40 o quilo, e a ponta de agulha aumentou de R$ 15,25 o quilo para R$ 15,30 o quilo.