A arroba do boi gordo padrão China foi negociada a R$ 283 em São Paulo, na sexta-feira, 30, de acordo com a Safras & Mercado. O analista Fernando Iglesias afirma que se trata de um valor recorde.
“A tendência para o início desta semana é de preços ainda aquecidos, com os frigoríficos retomando as atividades depois do feriado com avidez. Existe a possibilidade de preços ainda mais altos daqui até o fim da semana”, afirma.
Quanto à arroba do boi comum, há negócios a R$ 275 em São Paulo. Apesar do spread de até R$ 8 para os animais vendidos à China, segundo Iglesias, é um preço muito bom para o pecuarista.
“Também existe essa perspectiva de reajustes no curto prazo. Temos um ambiente de oferta muito restrita ainda. A gente teve a entrada de confinados no mercado, mas mesmo assim manteve o peso sobre a curva de preços, não conseguiu pressionar as cotações”, diz.
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De acordo com Iglesias, a demanda doméstica por carne bovina, mesmo prejudicada pela pandemia da Covid-19, ainda receberá o reforço do 13º salário e do abono de férias. “Todo aquele consumo das festividades vai acontecer, então vai ser o auge do consumo neste ano de 2020”, frisa.
Além disso, o analista afirma que as exportações que seguem muito positivas, com a China comprando muita carne do Brasil. Isso vai se manter neste último bimestre do ano”.
Iglesias diz que o grande fator limitante é a capacidade do consumidor final, o brasileiro médio, de absorver os reajustes na carne bovina. “A gente já vê um movimento agressivo de migração para outras proteínas, principalmente para carne de frango, que é a mais acessível dentro das três proteínas mais consumidas aqui no Brasil e isso tem um peso grande na formação de tendência. De qualquer maneira, não me surpreenderia se até o final do ano, o boi alcançasse R$ 300 por arroba, que é o alvo dos pecuaristas até o final de 2020”, afirma.