O mercado físico de boi gordo teve um dia de preços mais baixos. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o dia foi marcado por nova rodada de pressão generalizada sobre os pecuaristas.
“Os frigoríficos operam com escalas de abate confortáveis, com algumas unidades já sinalizando para um posicionamento que excede cinco dias úteis. Em alguns estados os frigoríficos optaram por sair das compras, e devem retomar as negociações em patamares ainda mais baixos. Basicamente a demanda de carne bovina neste final de ano tem sido decepcionante, com o consumidor doméstico saturado, sem conseguir absorver os reajustes, simplesmente migrando para proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango e do ovo de galinha. Além disso, o resultado das exportações durante a primeira semana de dezembro esteve bastante enfraquecido”, destaca Iglesias.
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Em São Paulo, capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 260 a arroba, na comparação com R$ 264 na quinta-feira. Em Uberaba, Minas Gerais, os valores ficaram em R$ 259 a arroba, ante R$ 262. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a arroba chegou a R$ 250 a arroba, contra R$ 252. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 253 a arroba, ante R$ 255. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, a arroba do boi ficou em R$ 249 a arroba, contra R$ 254.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina também caíram. Conforme Iglesias, a reposição entre as cadeias flui de maneira mais lenta que o esperado nesta primeira quinzena de dezembro. “O ambiente de negócios ainda sugere por novas queda no curto prazo, uma consequência da saturação da demanda, uma vez que o consumidor final não consegue manter o consumo de um produto que acumulou tantas altas em um momento de evidente fragilidade econômica. Também precisa ser citado o fraco desempenho dos embarques no início de dezembro, sintoma de que a China tem estoques confortáveis para atender a demanda durante o seu principal feriado, o ano novo lunar. Por fim, o mercado se preocupa com a demanda interna em janeiro, período em que possivelmente não haverá novas parcelas do auxílio emergencial”, disse o analista.
Com isso, o corte traseiro caiu de R$ 19,20 o quilo para R$ 19,05 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 14,90 o quilo, com queda diária de dez centavos, e a ponta caiu de 15,05 o quilo para R$ 14,90 o quilo.