O governo da Argentina formalizou a paralisação das exportações de carne bovina por 30 dias. A medida que tem intenção de conter o aumento sustentado do preço do produto no mercado interno. A regulamentação isenta a cota Hilton, que é a carne de alta qualidade que a Argentina envia para a Europa.
A regra garante que a suspensão pode ser rescindida logo que seja verificado o abastecimento normal, a preços razoáveis e em conformidade com os acordos concluídos. Em entrevista ao jornal La Nación, o presidente da Confederação Rural da Argentina, Jorge Chemes, afirmou que se as restrições às exportações de carne bovina foram mantidas pelo governo, na segunda ou na terça-feira da semana que vem interrompe os embarques de grãos.
O comentarista Benedito Rosa explica que a medida funcionará para baixar os preços apenas em curtíssimo prazo e, em longo prazo, os preços vão voltar a subir. “Em 2006, o governo esquerdista adotou essa medida por 30 dias e prorrogou por outros 30. O que aconteceu na época e deve acontecer agora: haverá um aumento de oferta de carne e o preço cairá nas próximas semanas, mas depois o preço volta a subir e os criadores de gado estarão mais uma vez desencontrados”, explica.
Para Rosa, além de não solucionar o problema da inflação na Argentina, os produtores de gado do país também sofrerão com a perda de credibilidade e respeito aos contratos.
Entretanto, como a Argentina é responsável por metade das exportações de carne bovina para a China e 10% dos volumes totais embarcados ao mundo, os outros países exportadores devem se beneficiar com a medida, segundo o comentarista.