Na média histórica, para cada um quilo de carne bovina do dianteiro, o consumidor brasileiro conseguia comprar dois quilos de carne de frango, de acordo com o analista de mercado Cesar de Castro Alves, do Itaú BBA. No ano passado, com a alta generalizada na arroba do boi, a relação chegou a superar três quilos da proteína da ave para cada um quilo dos cortes bovinos. Este ano, a proporção se mantém próxima desse patamar.
O analista não acredita em baixas significativas nos preços do frango, pois os custos de produção estão bastante altos, principalmente com milho e farelo de soja em patamares elevados. “Claro, depende também do lado da produção. Se o produtor trabalhar muito acelerado, a produção pode aumentar e pressionar os preços”, diz.
Apesar disso, segundo ele, é comum que até abril as cotações cedam um pouco. Diante disso, há certo receio no setor, pois os custos podem não acompanhar as baixas na proteína e pressionar ainda mais as margens dos criadores, que já estão apertadas.
Castro Alves lembra que nem mesmo as notícias de melhora no clima para a safra de soja foram suficientes para reduzir os preços do farelo, que em algumas regiões está cotado acima de R$ 3.000. “Eventualmente, isso pode acontecer se o dólar cair muito. Mas não acho que isso vai se configurar”, diz.
- Custos de produção de suínos e frangos batem recorde, diz Embrapa
- Carne de frango deve continuar muito competitiva em 2021, diz Cepea
Tendência para a carne de frango
Caso a oferta de gado disponível para abate caia este ano, o analista diz que a carne de frango pode ganhar ainda mais competitividade no mercado interno. Além disso, com o fim do auxílio emergencial e a economia ainda em recuperação, a tendência é que o consumidor opte pela proteína de aves, que costumam ser mais baratas.