O governo federal estuda mecanismos para ajustar o setor de transporte rodoviário de cargas. Uma das ideias levantadas é a possibilidade de o Executivo comprar caminhões antigos para equilibrar a oferta e, consequentemente, os preços do frete. De acordo com o comentarista Miguel Daoud, a ideia é boa, mas não resolve o problema imediato.
Daoud também cobra que o governo federal dê a mesma atenção aos produtores rurais que passam por situações complicadas. “Se é para comprar caminhões, coloquem tambores neles para transportar leite para um centro de processamento de leite em pó e depois distribuam para os brasileiros que estão vivendo sustentados por um mísero auxílio emergencial”, afirma.
O comentarista afirma que vários setores da economia estão com problemas gravíssimos. “O desemprego só não aumentou mais porque as empresas não tem nem como mandar embora. O único setor ainda em condições de competição é o agronegócio”, pontua.
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Soluções para o caminhoneiro
O coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, afirma que o problema dos caminhoneiros precisa ser enfrentado de forma estrutural, com soluções de longo prazo.
Segundo Resende, três pontos precisam ser tratados pelo governo: investimentos em outros modais de transporte, que tornem ferrovias e hidrovias alternativas para setores da economia; o envelhecimento da frota de caminhões, que têm custos altos para os motoristas autônomos, esmagando a rentabilidade; e treinamento para que os caminhoneiros consigam se adaptar às mudanças constantes neste mercado.