A JBS, líder global de proteína animal, monitora cerca de 50 mil propriedades inseridas na Amazônia, o que corresponde a 45 milhões de hectares — território maior do que a Alemanha —, para evitar adquirir gado proveniente de áreas desmatadas. Agora, a companhia quer dar um novo passo: rastrear também os fornecedores indiretos, como os pecuaristas que vendem bezerros para os fornecedores da empresa.
De acordo com o presidente da Friboi, Renato Costa, os trabalhos devem ser concluídos em 2025. “Até o fim de ano, a gente finaliza a Plataforma Verde. A partir de janeiro de 2021, começamos a ter a adesão do pecuaristas”, conta.
Os fornecedores da JBS deverão autorizar a plataforma, que incorpora tecnologia blockchain para preservar a segurança dos dados, a acessar as Guias de Trânsito Animal (GTAs).
“Não vamos acessar o número de cabeças, sexo de animal, nem nada. É basicamente a parte ambiental da fazenda da qual ele comprou. Se há trabalho escravo ou se está em uma zona de preservação, terra indígena ou área embargada. O que nós temos de compromisso dentro do bioma vamos estender para o fornecedor desse fornecedor”, afirma.
A companhia vai fornecer assessoria jurídica e ambiental para os produtores que precisarem fazer regularizações. “Não vai ter custo. Nós vamos apoiá-lo para poder mostrar o que a gente faz de bem na pecuária brasileira”, frisa.
Costa destaca que o produtor terá até 2025 para se adequar e corrigir possíveis problemas. “Só a partir de janeiro de 2026, ter aderido à Plataforma Verde será uma condição de negócio [com a JBS”], diz.
Para aderir ao programa, o presidente da Friboi recomenda ao pecuarista procurar as unidades da JBS nos nove estados que estão dentro do bioma amazônico. “Procure nossa unidade, nossa área de sustentabilidade, daqui até dezembro, para tirar dúvida. A partir de 2021, a gente começa a trabalhar e informá-lo de problemas e assim ir corrigindo”, finaliza.