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Dólar elevado dá suporte para novas altas do boi gordo

Por se tratar de uma semana mais curta, é possível que haja uma atuação ainda mais efetiva na compra de gado, segundo analista da Safras

Foto: José Adair Gomercindo/Agência Estadual de Notícias do Paraná

O mercado físico de boi gordo segue com preços firmes. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente continua difícil em termos de oferta. “Os frigoríficos ainda encontram grande dificuldade na composição de suas escalas de abate. Por se tratar de uma semana mais curta, é possível que haja uma atuação ainda mais efetiva na compra de gado”, diz.

O fator câmbio também vem tendo relevante peso na formação dos preços do boi, o dólar acima da faixa de R$ 5,70 motivando os frigoríficos a atuar enfaticamente na compra de gado, principalmente no que diz respeito aos animais
que cumprem os requisitos de exportação para a China.

“O grande contraponto permanece na demanda doméstica de carne bovina, com graves incertezas em torno do consumo interno em meio ao avanço da pandemia exigindo medidas mais severas de distanciamento social. Neste tipo de ambiente, a retomada da economia tardará a acontecer, afetando variáveis importantes como emprego e renda”, assinala Iglesias.

Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 318, ante R$ 317 na segunda-feira. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, inalterado. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 305, estável. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 304, estável. Em Uberaba, Minas Gerais, os valores subiram para R$ 311, ante R$ 390 a arroba.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram de estáveis a mais altos. Conforme Iglesias, o movimento se concentra nos cortes menos nobres, no quarto dianteiro e na ponta de agulha. “Essa dinâmica se acentua com a
limitação de funcionamento de restaurantes, bares e outros estabelecimentos, gerando incerteza entre o empresariado que opta por não fazer significativo investimento em seus estoques. Somado a isso, a descapitalização da economia indica para um consumo cada vez maior de proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango e do ovo propriamente dito”, aponta Iglesias.

Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 20,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,50 o quilo, com alta de vinte centavos, e a ponta de agulha passou de R$ 17,00 o quilo para R$ 17,30 o quilo.