A sétima edição da Expoagro Cotricampo recebeu a presença inédita de animais e contou com a primeira feira oficial de gado de leite. O evento apresentou o “Circuito Exceleite”, um concurso leiteiro que busca valorizar o setor.
+ Selo artesanal permite que produtos atravessem fronteiras
O pavilhão da bovinocultura de leite foi um dos grandes investimentos da Cotricampo para esta edição. O objetivo da cooperativa é, de alguma forma, ajuda na luta pela permanência do produtor rural na atividade.
“Estamos perdendo cerca 8% de produtor ao ano” — Rafael Zimmermann
“O nosso papel, como um dos atores dentro dessa cadeia, é incentivar”, diz Rafael Zimmermann, gerente de nutrição animal da cooperativa Cotricampo. “A expectativa que eu tenho é pelo menos travar um pouco essa demandada de produtor. Estamos perdendo cerca 8% de produtor ao ano, mas eu acredito que seja até mais. A nossa região está perdendo muito produtor. Então, se eu conseguir barrar um ou dois produtores… já estarei feliz demais.”
No concurso dedicado à pecuária leiteira dentro da Expoagro Cotricampo 2023, uma vaca jersey, de quatro anos, foi uma das campeãs. Ela produziu o total de 47,980 litros de leite. Para chegar nesse nível de rendimento e desempenho, são anos de investimento em reprodução. É o que ressalta a produtora Carmen Petersen Dias da Costa.
“[Estou há] 38 anos trabalhando com leite e procurando melhoramento genético”, diz a pecuarista. “A gente tem um foco muito sério, que é produção de leite, úbere, vida produtiva (…) e faz sete anos que a gente genotipa o gado. Quando nasce uma terneirinha, com 60 dias eu fico sabendo se vai ser boa ou não dentro do que eu escolhi para cabanha dentro do meu foco né”, prossegue Carmen.
Entidades elogiam iniciativa da Expoagro Cotricampo
Para a Associação dos Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul (Jersey RS), a iniciativa do concurso leiteiro por parte da organização da Expoagro Cotricampo é positiva. Afinal, a entidade acredita que compartilhamento entre criadores sobre rotina, manejo e investimentos em genética é importante para o desenvolvimento da atividade, que se mostra cada vez mais desafiadora.
“A gente está vindo de um momento bem difícil aqui no Sul. Seca pelo terceiro ano seguido, com frustração de safra”, observa a presidente da Jersey RS, Angela Maraschin. “É muito difícil de fazer média de leite, pois os custos de produção pressionam muito. Tu tens uma forragem de baixa qualidade, seja no pasto seja na silagem, e tem que compensar com mais ração, sendo que o custo da ração está muito alto, pois também não se produziu milho e nem soja por causa da seca”, relata a dirigente.
Na raça holandesa na categoria vaca adulta, a vencedora foi a “Box 146”, com 72,076 litros de leite produzido. Para a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), essa visão mais abrangente que a feira proporciona, de mostrar como é o dia a dia das propriedades voltadas à pecuária leiteira, valoriza o trabalho dos produtores.
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Editado por: Anderson Scardoelli.
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