O volume de exportação da carne de frango se manteve em alta nos dez primeiros meses do ano, mas em receita o setor acumula queda de 13%. Segundo o gerente de mercado da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) Luís Rua, a questão cambial foi determinante para os resultados obtidos até o momento.
“O real foi uma das moedas que mais se desvalorizou neste ano, isso aumentou a competitividade das exportações brasileiras. E, em um ano atípico por conta da pandemia os números são favoráveis, considerando questões importantes, como a retração de alguns mercados internacionais. Isso mostra a resiliência do nosso setor”, destaca.
Para 2020, o dirigente da ABPA acredita em números positivos para as exportações de carne de frango. “Nossa expectativa é terminar com volumes maiores do que em 2019. Em novembro, devemos exportar em torno de 365 mil toneladas, quanto para o acumulado do ano esse número pode ser de 4,2 milhões de toneladas”, projeta.
Para o próximo ano, no entanto, as previsões da entidade são mais cautelosas. “Principalmente pela questão dos custos, que aumentaram 100% neste ano, fica difícil prever algo. Isso tirou a competitividade do produtor brasileiro no exterior. No entanto, a situação de mercado naturalmente irá voltar ao normal, e com isso o setor terá um pouco mais de insumos para atuar. Com isso temos mais tranquilidade para buscar novas formas de abastecimento, mas sempre dando prioridade ao produtor brasileiro”, finaliza.