A África do Sul impôs tarifas antidumping provisórias sobre a carne de frango com osso importada do Brasil, Dinamarca, Irlanda, Polônia e Espanha, segundo o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Pretória. A tarifa antidumping sobre a carne de frango com osso brasileira é de 265% e ficará em vigor até junho deste ano. Anteriormente, o imposto sobre o produto do Brasil era de 62%.
O país é o segundo principal exportador de frango com osso para a África do Sul, com uma fatia de 18% dos embarques, ao lado da Irlanda (18%) e atrás dos Estados Unidos (39%), de acordo com dados da Receita da África do Sul.
Este é o segundo anúncio desse tipo nos últimos meses. Em agosto do ano passado, a África do Sul impôs tarifas antidumping sobre o frango com osso da Holanda, Alemanha e Reino Unido. Em dezembro do ano passado, a Comissão Sul-Africana de Administração de Comércio Internacional (Itac, na sigla em inglês) disse haver indícios de prática de dumping no frango importado do Brasil, Dinamarca, Irlanda, Polônia e Espanha, e que isso estava causando danos materiais ou risco de danos materiais à indústria local.
A Itac continuará investigando o caso até junho e deverá anunciar as tarifas finais naquele mês. A importações sul-africanas de frango caíram 63% nos últimos três anos, disse o adido, acrescentando que essas tarifas podem reduzir ainda mais as compras.
ABPA refuta acusação de dumping
Em nota divulgada nesta segunda (24), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) diz refutar a acusação que determinou medidas provisórias pela Itac.
“Conforme já comprovado por diversas vezes, os exportadores brasileiros não praticam dumping na África do Sul, tampouco nos mais de 140 países para os quais exporta e auxilia na segurança alimentar”, diz a nota da entidade.
A ABPA ainda classificou a decisão do país africano como imposição de barreiras protencionistas e que vai adotar todas as medidas cabíveis para reverter a situação.
“Diante da longa e sólida relação comercial entre Brasil e África do Sul, a ABPA espera que as autoridades sul-africanas possam rever a decisão que impacta, diretamente, os consumidores daquele país em um momento difícil para a segurança alimentar global, em plena pandemia”, destaca a nota.