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Diversos

Fundo internacional libera R$ 380 milhões para estimular ILPF no Brasil

Os responsáveis pela iniciativa querem aumentar a disponibilidade de recursos gradualmente, podendo chegar a quase R$ 8 bilhões até 2026

ILPF
Foto: Fabiano Bastos/Embrapa

Em meio às pressões externas para que o agronegócio brasileiro seja cada vez mais sustentável, um fundo internacional promete apoiar os produtores rurais com crédito facilitado, conforme os índices de sustentabilidade da fazenda. Chamado de Financiamento Facilitado para Agricultura Sustentável (Saff, na sigla em inglês), o mecanismo está sendo lançado nesta terça-feira, 29.

O objetivo é promover a maior adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, de acordo com a associação Rede ILPF, parceria público-privada entre Embrapa, John Deere, Syngenta, Cocamar, Ceptis, Bradesco, Soesp, Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) e JPG Asset Management.

O Saff disponibilizará cerca de US$ 68 milhões (cerca de R$ 380 milhões na cotação atual do dólar) no primeiro ano, sendo US$ 62 milhões em crédito para o produtor e US$ 6 milhões para financiamento de programas de certificação, pesquisa, transferência de tecnologia assistência técnica e certificação. O incremento ao fundo acontecerá progressivamente, ano a ano, podendo chegar a US$ 1,4 bilhão (R$ 7,9 bilhões) em 2026.

O fundo foi um dos projetos selecionados, em 2020, pela Global Innovation Lab for Climate Finance (Lab), um programa de aceleração de opções de investimento que mobilizem recursos para o desenvolvimento sustentável em mercados emergentes.

O primeiro critério para acessar o fundo será o monitoramento e a aprovação da propriedade pelo sistema TrustScore. Apenas fazendas que alcancem uma pontuação mínima serão financiadas. Depois, quanto maior índice de sustentabilidade, menores serão os juros.

O projeto-piloto será implantado até julho de 2021 e vai abranger propriedades de sete estados brasileiros: Paraná, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, totalizando 90 mil hectares. “Hoje, o Brasil possui 16 milhões de hectares com sistemas ILPF e a nossa meta é meta chegar a 30 milhões até 2030. O Saff, sem dúvidas, será uma ferramenta importante para conseguimos sucesso nesse objetivo”, afirma o presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF, Renato Rodrigues.

A ILPF é uma estratégia que combina diferentes culturas em uma mesma área de produção, o que resulta em benefícios diretos para o produtor e para o meio ambiente, como a redução da emissão de gases de efeito estufa, o uso eficiente do solo e insumos, a restauração de pastagens degradadas e preservação da biodiversidade.

José Pugas, sócio da Ceptis Agro, avalia que a criação do fundo vai estimular os produtores que querem fazer a integração em suas fazendas. “O Saff busca facilitar o acesso a crédito e disponibiliza outros benefícios para o produtor, fazendo com que ele consiga melhorar cada vez mais a sustentabilidade da sua produção, em menos tempo”, disse.

Futuramente, os agricultores que utilizam a ILPF poderão pagar parte de seus empréstimos por meio da emissão de créditos de carbono, que serão avaliados e comercializados pelo fundo ou absorvidos pelos investidores finais.

De acordo com estudos realizados para a criação do Saff, a implementação pode mitigar a emissão de 2,5 milhões de toneladas de gás carbônico em 10 anos.

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