Produtores de aves de São Paulo estão apreensivos com a indefinição sobre aumentos de custos relacionados aos ajustes na cobrança do ICMS, que passou a valer no dia 1º de janeiro. Com o caixa comprometido, a cadeia produtiva prevê que a alta nos preços da ração e da energia elétrica deve ser repassada em breve ao consumidor.
Em Jumirim, o avicultor Greliz Silvestrin está atento aos aumentos de custo para o ano de 2021. A granja, com capacidade para 150 mil aves, consome cerca de 12 mil quilowatts hora/mês para manter o sistema de refrigeração no galpão, o que corresponde a 17% do custo de produção. Então, o avicultor que pagava apenas pelo consumo de energia porque era isento da taxa de ICMS, agora vai pagar também a tarifa de 12% na conta mensal.
“Trabalhamos com sistema de parceria e vou ter que negociar com a integradora para que eles possam ver a possibilidade de repassar parte desse curso para mim, para tentar amenizar essa situação. Enquanto isso não ocorre, vou ter que arcar com essa taxação com esse imposto que antes eu não tinha que pagar. E, se a outra ponta repassar, quem vai pagar é o consumidor final, infelizmente”, disse.
Já na granja do Gilberto Ronchi, um lote de 43 mil aves acabou de chegar e, até o abate, são 42 dias. Para diminuir o custo de produção, o avicultor decidiu instalar um sistema de energia fotovoltaica com painéis solares. “Como isso é um custo muito alto, um dos mais elevados da produção de frango, resolvemos colocar energia solar para tentar baixar. No entanto, seremos impactados pelo ICMS no milho, soja e supermix usado nas rações”, contou.