Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Pecuária

Mulheres marcam presença na atividade leiteira no RS

Canal Rural conta a história de Marina Frey, que integra a terceira geração da família na produção de leite no interior gaúcho

A atividade leiteira requer dedicação diária, investimento e, muitas vezes, resiliência. E também é uma atividade que tem mostrado a presença feminina, conforme mostra o Canal Rural na série ‘Guardiãs do Leite’.

A paisagem que reúne pasto verde, um belo açude e vacas holandesas mais parece uma pintura. Mas na propriedade da família Frey, em Venâncio Aires (RS), a cena representa trabalho feminino. A Marina é a terceira geração na produção de leite da família. Antes, o trabalho era bem diferente, explica a produtora.

+ Preço do leite pago ao produtor recua 14% em setembro

“Tudo era bem simples, tinha-se poucos animais. Era uma mistura de jersey e holandês. Hoje, a gente trabalha somente com a raça holandesa. Era balde ao pé. Eu lembro que era criança e via a minha mãe e a minha avó tirando leite e colocando nos tarros, em imersão naquela água gelada do resfriador”, relembra Marina Frey.

Cinco décadas depois tudo mudou. No total, 220 vacas são responsabilidade da Marina, que trabalha com o marido e o pai. Juntos, eles cuidam da parte da produção de ração e alimentação dos animais. Ela faz a lida direta com as vacas, o que vai desde a inseminação até os cuidados de saúde. Ela destaca ter estudado para isso.

“Fiz o curso de inseminação. Consigo acompanhar o melhor horário para inseminar. Sempre estou aqui na propriedade e isso agregou muito para nós nessa questão da inseminação artificial”, explica. “Também fui atrás de cursos de melhoramento genético para conseguir identificar, aqui dentro da nossa propriedade, qual o tipo de animal que a gente queria e o que a gente teria que melhorar nos animais que a gente já tinha”, prossegue a produtora de leite.

Bióloga e dedicada à atividade leiteira

leite, lácteos
Foto: Wenderson Araujo/CNA

Inicialmente, no entanto, a intenção da Marina Frey não era seguir na atividade rural. Tanto é que ela saiu e se formou bióloga. Mas, em 2018, esse sentimento de amor pela propriedade fizeram com que ela voltasse e, desde então, ela tem se dedicado a aprimorar algumas técnicas de trabalho para driblar a falta de mão de obra e, consequentemente, aumentar a produção do rebanho.

Uma das primeiras mudanças foi um galpão de compost barn, que dá mais conforto e sanidade para as vacas. Também veio a automatização da aproximação de comida e a adoção do robô de ordenha. São 3 mil litros por dia tirados assim que a vaca passa na cancela e é identificada a necessidade de ordenhar.

“Com a minha volta, a gente foi conhecer outras propriedades para ver como a gente faria, pois as nossas instalações não comportavam mais o número de animais que a gente tinha e a mão de obra escassa”, cita a produtora rural. “Era eu, meu pai e minha mãe — e a gente não tinha como tocar todos os animais. Ou a gente parava ou investia”, prossegue. Nesse sentido, ela destaca que a família decidiu, há cerca de duas décadas, seguir com os trabalhos no campo.

“Resolvemos investir para continuar na atividade leiteira, que sempre foi a principal fonte de renda da propriedade”, comenta. “Para a gente conseguir fazer mais ordenhas, pois a questão genética a gente vem trabalhando há mais de 20 anos. Temos animais com muita capacidade produtiva, só que a gente só fazia duas ordenhas. Não tinha como fazer que esses animais produzissem mais em função de mão de obra.”

Trabalho com garra e dedicação

Foto: Freepik

A Marina é a filha do meio das três filhas do seu Írio. E ela foi quem seguiu firme, aprendendo a atividade na garra, com cursos e qualificações para não deixar que a família desistisse da produção leiteira. A relação com a atividade começou desde cedo, lembra o pai.

“Ela [Marina ]era diferente. Quando eu não a achava, ela estava brincando com um terneirinho e as outras não. É justamente por isso que ela voltou [à propriedade rural da família]”, diz Írio Frey, que assume: tem muito orgulho da filha. Assim, diante dos olhos de seu próprio pai, Marina ensina, sempre com leveza e muito trabalho, que a pecuária de leite também é um espaço feminino.

“A gente é muito detalhista, temos esse diferencial. Nem tudo é força bruta. Muita é coisa de jeito, manejo, gestão. Acredito que cada vez mais as mulheres estão firmando o pé e dizendo: ‘aqui na minha propriedade eu que faço as coisas, eu que toco, eu que gerencio’. Óbvio que a gente tem a ajuda, mas tudo sempre passa pela gestão feminina.”

__________

Saiba em primeira mão informações sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo. Clique aqui e siga o Canal Rural no Google News.

Sair da versão mobile