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Rural Notícias

Oferta restrita do boi gordo deve continuar até 2023

De acordo com a Assocon, os pecuaristas estão segurando as vendas à espera de preços que cubram os custos de produção

A Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon) acredita que a oferta restrita de boi gordo no brasil vai continuar até 2023. Segundo a entidade, além da baixa oferta no número de animais, os pecuaristas estão segurando as vendas à espera de preços que cubram os custos de produção.

“Quando se fala em animais terminados, o pecuarista viu o seu custo de produção até dobrar em algumas regiões. Vemos alguma oferta do animal terminado, mas o pecuarista só vai vender por um preço que ele considere justo e que remunere todo o custo embarcado no trato dos animais”, diz Maurício Veloso, presidente da Assocon.

Segundo o presidente da entidade, também houve uma diminuição no confinamento pelo país na ordem de 17% a 30%. “Podemos dizer que a oferta restrita é ocasionada pelo ciclo da atividade e ainda pela concorrência do mercado. Nesse cenário, esse quadro que favorece os preços da arroba e dos animais de reposição deve se sustentar até 2023”, prevê o presidente da Assocon.

Nova estrutura da pecuária

O comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, destaca que o movimento de alta nos preços da pecuária é resultado de uma nova estrutura da cadeia bovina de corte. “No passado, o ciclo da pecuária era de cinco anos. Hoje já temos idade de abate que chegam a três anos e até menos que isso. A pecuária evoluiu e buscou seguir as normas sanitárias de produção, que hoje são uma das principais exigências do mercado. Frigoríficos hoje não compram mais carne sem rastreabilidade. Quando se fala em pecuária no Brasil, sabemos que é uma atividade sustentável”

Para Daoud, os preços do boi seguirão essa tendência de alta, com a demanda externa ainda aquecida. Por outro lado, ele reforça a preocupação com os gastos do produtor. “Com a variação do cambio é possível fazer algum planejamento. Mas, a moeda subiu e permaneceu em patamares elevados. Com isso, o impacto nos insumos da pecuária foi sentido pelo produtor, que vende em reais, mas o custo dele é em dólar. É pecuarista precisa fazer as contas, caso contrário, a conta não vai fechar”, finaliza.

 

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