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Brasília

Preço da arroba do boi gordo apresenta queda no estado de Goiás

De acordo com Agência Safras, a redução em relação ao início do mês de setembro no estado foi de 5,45%

O mercado brasileiro de boi gordo finalizou o mês de setembro pressionado. Com o aumento significativo do rebanho bovino, os frigoríficos desfrutam um momento confortável para abate, oferecendo condições necessárias para a baixa dos preços pago pela arroba do boi.

“Uma das causas envolvendo o baixo preço do boi gordo ocorre em relação aos frigoríficos. Nos meses de agosto e setembro, os frigoríficos conseguiram uma boa vantagem no mercado. Com o rebanho maior tiveram vantagens para exercer pressão no mercado”, informa o analista de Safras e Mercados, Fernando Henrique Iglesias. 

As principais praças de comercialização do país apresentaram uma queda no final de setembro. Em Goiás o preço pago aos produtores é um dos menores. De acordo com o último levantamento de setembro feito pela Agência Safras, a queda em relação ao início do mês no estado foi de 5,45%. 

Mercado de boi gordo

De acordo com o pecuarista Renato Esperidião, a baixa de preço da arroba do estado ocorre em razão do aumento do rebanho. “Todo mundo quis produzir mais em razão da melhora do preço. Mas isso acaba sendo uma incoerência, todo mundo começa a produzir muito, e o mercado dá uma trégua e começa a sobrar produto e consequentemente o preço começa a cair”, disse.

Já para a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a razão para a queda no preço pago ao produtor ocorre em razão do baixo consumo interno.

“Um aumento de fornecimento com baixa capacidade de compra faz um mercado interno fraco. Então, tivemos aí a arroba descendo de R$ 290 para R$ 260. Isso mostra um momento para o produtor pensar se compensa aumentar a produção com o mercado em baixa”, explica Marcelo Penha, Analista de Mercado Faeg.

O rebanho bovino goiano teve um recorde histórico, atingindo mais de 24 milhões de cabeças. Com a alta oferta e com a baixa demanda no mercado, produtores temem que o declínio ocorra até o final do ano, como explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne), Leandro Stival. “Final de agosto para setembro começou um declínio na produção desses abates, e isso está sendo a tendência até final do ano”, explicou.

Expectativa de recuperação 

Segundo o analista de Safras e Mercado, Fernando Henrique Iglesias, é possível que ocorra uma recuperação no mercado no último trimestre do ano.

“Existe uma expectativa de recuperação dos preços no último trimestre. Tem uma demanda que vai se aquecer, vai atingir o ápice. Tem uma série de eventos que vai acontecer que vai contribuir, como a copa do mundo, então vai aumentar o consumo. Os auxílios, como auxílio caminhoneiro e auxilio Brasil também irão ajudar na recuperação desse mercado”, conclui Iglesias.

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