Os principais insumos que compõem a ração de aves, suínos e bovinos – milho e farelo de soja – tiveram expressiva alta de preço em outubro, comenta a Scot Consultoria, em sua “Carta conjuntura”. O milho subiu 25,7% de setembro para outubro e o farelo, 25,1%.
“Neste ano, os preços estão em média 86,9% e 101,8% maiores, respectivamente”, assinala a consultoria, explicando que o cenário ocorre por causa do dólar em alta, dos bons volumes exportados desses grãos e dos estoques em baixa no mercado doméstico. Desta forma, a remuneração dos pecuaristas, embora tenha melhorado, ainda não foi suficiente para fazer frente à alta dos insumos alimentares.
No caso dos frangos de corte, em outubro, nas granjas no interior de São Paulo, os preços avançaram em média 4,9% ante setembro, com alta de 36,1% desde o início do ano. “O pagamento (ao avicultor) em outubro foi 30,3% maior em relação a igual mês de 2019”, cita a Scot no relatório. Em relação à pecuária de corte, em São Paulo, a cotação média da arroba do boi gordo subiu 6,9% ante setembro.
“Desde o início do ano, a remuneração aos produtores está 39,8% maior e, comparando o fechamento de outubro ao mesmo período do ano anterior, a alta é de 60,8%”, cita o relatório. Quanto à suinocultura, o produtor foi quem menos sentiu os impactos da alta de preços dos insumos. Os preços do suíno terminado dispararam 17,1% em outubro ante setembro.
“Desde o início do ano a alta acumulada é de 72,1% e, no comparativo anual, a remuneração ao suinocultor está 75,6% maior”, continua. Mesmo com altas de preços pagos aos produtores de frango, suíno e boi, porém, a relação de troca com milho e farelo de soja não foi tão favorável em outubro.
O pecuarista de gado de corte viu a relação de troca com esses insumos cair 14,9% e 14,5% frente ao milho e ao farelo de soja, respectivamente. Para os avicultores de corte, a queda também foi significativa, de 16,6% e 16,1% O suinocultor, por outro lado, sentiu a valorização de modo, comparativamente, menos dramático, apesar do recuo na relação de troca. Para o milho e farelo de soja, as relações regrediram 6,8% e 6,4%, respectivamente.