O preço do suíno terminado nas granjas de São Paulo caiu 18% só neste mês, segundo levantamento feito pela Scot Consultoria. Apesar do aumento do volume de exportações no ano passado, o mercado está sentindo os reflexos do aumento das restrições na economia para impedir o avanço da pandemia no país
Só nos últimos sete dias, a desvalorização do animal foi de R$ 12 por arroba, ou 8,9%. O mesmo cenário é visto no atacado, onde o recuo é de 6,9 % no quilo do suíno. Com o animal sendo negociado a R$ 9,40 em comparação a carne bovina, é um dos piores patamares da história.
Nos últimos 24 meses, a arroba suína saltou de R$ 84 para R$ 110, aumento de 31%. Já a arroba bovina no mesmo período aumentou 100%, de 151,55 para 303,00. Em comparação ao milho, dois anos atrás, uma saca custava R$ 42,13, ou seja, 50% do valor da arroba suína, de R$ 84. Hoje, a saca vale 93,30, 85% do valor da arroba, que custa R$ 110.
De acordo com o analista da Scot, Felipe Fabri, o principal ponto que vem puxando o preço para baixo é o mercado interno. “Temos um mês de março em ritmo excepcional no quesito exportação, com a volta dos mercado chines às negociações. O mercado doméstico, no entanto, não tem colaborado com o escoamento da carne suína. Desemprego em alta, fim do auxílio emergencial, desemprego em alta… tudo isso acaba prejudicando o escoamento. Também temos as restrições mais duras, com restaurantes fechados, prejudicando ainda mais”, falou.
Fabri explica que 75% da carne suína é consumida no mercado doméstico e, desde a virada do ano, há uma tendência de queda por falta de procura por parte dos consumidores. “Ainda temos preços elevados para o consumidor no mercado doméstico. Com isso, a opção por proteínas como frango e ovos se tornam mais atraentes, tanto que o preço dos ovos teve forte alta por causa da demanda elevada”, finalizou.