O alto custo de produção preocupa os suinocultores. Segundo a Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), o cenário de alta deve permanecer no segundo semestre e em 2022. Em Santa Catarina, a associação de criadores do estado afirma que o prejuízo poderia ser menor caso o Governo zerasse o Pis/Cofins sobre a importação de milho de países do Mercosul.
Para o presidente da APCS Valdomiro Ferreira Júnior, os preços para a venda do milho em comparação com a relação de troca dos suinocultores está muito acima do praticado, negativando o poder de compra do produtor. “Para a região de Campinas (SP), o produtor de suínos paga entre R$ 95 e R$ 100 a saca de 60 quilos do milho, o farelo de soja em torno de R$ 2400 a toneladas. Esses valores estão muito acima do preço de venda do produtor de suíno, e isso leva a uma relação de troca negativa para o produtor. A maior preocupação é que o segundo semestre desse ano, todos os indicadores sinalizam para um forte custo de produção até o final do ano”, diz Valdomiro.
Além disso, o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio Luis de Lorenzi afirma que se o Governo zerasse o Pis/Cofins para as importações de milho do Mercosul poderia diminuir os prejuízos dos setor. “Solicitamos ao Governo pra zerar Pis/Cofins do Mercosul, o que não aconteceu. Se zerasse essa taxa, teríamos milho em torno de R$ 10 mais barato. Isso não iria cobrir o custo de produção, mas iria diminuir o prejuízo, fazendo produtor continuar acreditando na atividade”, pontua.
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Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, além da retirada do imposto sobre o milho, o Governo necessita implantar medidas para garantir o suprimento de milho e rentabilidade para o produtor rural. “O ministério da agricultura deveria implantar critérios para compra de milho e poder garantir ao produtor um valor assegurado pelo produto vendido”, diz.