Para atender uma demanda dos frigoríficos de Mato Grosso, o Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento do estado (Condeprodemat) elevou os percentuais de descontos no ICMS para comercialização de carne bovina e miúdos comestíveis. Para comercialização a nível interno, o desconto chega a 83,33%, enquanto para as vendas de outros estados a redução no ICMS 78,60%. A medida entra em vigor no estado a partir de 1º de outubro e terá validade de seis meses assim que passar a valer.
Segundo Jovenino Borges, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Frigorífico de Mato Grosso (Sindifrigo-MT), o desconto no ICMS serve como um ânimo para a indústria frigorífica no estado. A entidade vem negociando o benefício com o governo estadual desde abril deste ano.
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“Com o boi batendo preço recorde, aumento da matéria-prima e redução no consumo de carne bovina, muitos frigoríficos estavam operando no vermelho aqui em Mato Grosso. Esse benefício ajuda as indústrias a não fecharem as portas e tentarem manter os empregos. Lembrando que essa ação é uma tentativa que pode garantir as vagas de trabalho no setor, mas temos condições de garantir, destaca Borges.
O representante do sindicato diz que situação dos frigoríficos do estado preocupa devido à falta de animais para o abate. De acordo com Borges, atualmente, a ociosidade da indústria chega a 50%. “Soma-se a isso o nosso custo fixo permanente, como manter as câmaras frias e as despesas com os funcionários. São gastos que não temos como eliminar”, pontua.
Jovenino Borges diz que o cenário de ociosidade dos frigoríficos ainda não será suficiente para aumentar a margem, mesmo com o benefício do governo estadual. “Por mais que se procure animais para abater, você não encontra. Temos capacidade para abatermos 31 mil animais, mas estamos operando com 15 mil. Não temos como aumenta a margem sem animais”, afirma.
Ele ressalta, ainda, que esperava uma porcentagem maior de desconto do ICMS para as operações com outros estados. “Temos uma grande evasão de animais vivos para outras regiões do país, são 45 mil bois ao mês que saem daqui. Isso acaba prejudicando as indústrias do estado, que deixam de gerar renda aqui e passam os ganhos para outros estados”.