Os contratos futuros da soja operam em baixa nesta quarta-feira, 10, na Bolsa de Chicago. O mercado futuro ainda digere o último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que manteve a estimativa para os estoques norte-americanos de soja em 3,26 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 3,18 milhões de toneladas.
Além disso, segundo o analista da Agrinvest Commodities Marcos Araújo, o farelo de soja registra forte recuo na China pelo terceiro dia consecutivo, o que também pressiona o grão em Chicago. “De janeiro para cá, já caiu 14%”, diz.
Neste momento, pesa sobre o subproduto a preocupação de novos casos de peste suína africana na China, além da dispersão de outras doenças. Entre 2018 e 2019, quando a peste dizimou o rebanho suíno chinês, as importações de soja do país caíram na ordem de 12 milhões de toneladas. “Agora, os importadores estão ausentes de novas compras”, diz.
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Mas Araújo esclarece que, no médio e longo prazo, a tendência ainda é de alta, porque os fundos de investimento continuam comprando commodities diante da perspectiva de inflação no mundo.
Segundo o analista, o USDA pode ter exagerado ao prever uma safra brasileira de soja de 134 milhões de toneladas. “Com todo o problema de seca e agora a chuva em excesso no médio-norte de Mato Grosso e Matopiba, produção de 132 milhões de toneladas é ainda muito otimista”, diz. “E há uma revisão no potencial de quebra na produção da Argentina”.
Para completar o cenário, de maio a junho, a China vai precisar comprar 50% do volume que ela demanda. “Então terão que voltar ao mercado em breve”, diz.
Araújo finaliza dizendo que os maiores preços da soja devem ser registrados no primeiro semestre. Com contratos para junho até R$ 7 por saca mais caros. No segundo semestre, no entanto, a Bolsa de Chicago já indica uma inversão na curva.