Autoridades do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) admitiram, segundo a agência de notícias Reuters, que o país se aproxima de um recorde de mortes de aves por causa de um surto de gripe aviária. Cenário, aliás, parecido com o que ocorre na Europa, que enfrenta a maior epidemia já notificada no continente, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças.
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Os problemas enfrentados por norte-americanos e europeus acabam, no entanto, por beneficiar o mercado brasileiro. Analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglesias afirma que, todavia, as exportações de carne de frango já estão sendo impactadas positivamente. “O Brasil já consegue vender muito bem carne de frango em 2022. Estamos diante de um recorde histórico. Estamos embarcando mais de 400 mil toneladas por mês”, comentou.
A avaliação de Iglesias foi registrada durante participação na edição desta quarta-feira (19) do telejornal ‘Mercado & Companhia’. A avaliação dele vai em sintonia com o que foi exposto pelo diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, durante o boletim ‘AgroExport’ desta semana. Na ocasião, foi destacado que o país já embarcou para o exterior, neste ano, 3,36 milhões de toneladas de carne de frango — para uma receita cambial de US$ 6,71 bilhões.
“De outubro a dezembro do ano passado, o Brasil embarcou pouco mais de 1 milhão de toneladas de carne de frango. Ou seja: na casa das 350 mil toneladas por mês. Um potencial de 4,3 milhões de toneladas bastante próximo de ser atingido”, afirmou Ferreira.
Gripe aviária X conquista de novos mercados
Com a gripe aviária se fazendo presente tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, o Brasil pode, inclusive, ganhar novos mercados para o comércio de carne de frango. De acordo com Iglesias, essa conquista, no caso na disputa com os europeus, também se dá pela “crise do abastecimento de gás”.
“Com a crise de abastecimento de gás, é muito provável que se tenha problema de aquecimento das granjas europeia” — Fernando Iglesias
“Estamos chegando no inverno europeu, e as aves em geral são extremamente sensíveis a variações de temperatura”, comentou o analista de Safras & Mercado. “O ajuste térmico dentro da granja precisa ser muito bem feito para que não haja prejuízo. Com a crise de abastecimento de gás, é muito provável que, dessa forma, se tenha problema de aquecimento das granjas europeia”, prosseguiu. “Deve afetar a produção na Europa e trazer mais oportunidades para o Brasil”, concluiu.
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