Canal Rural exibe série de reportagens sobre a rodovia BR163

Equipe de reportagem percorreu um caminho recheado de histórias de pessoas que acreditaram no futuro que a estrada poderia ajudar a construirTrinta e cinco anos depois de inaugurada, a BR163 vive um momento que era aguardado por muita gente. A estrada está, enfim, sendo pavimentada e se tornou um imenso canteiro de obras. Nesta semana, o Canal Rural exibe uma série de reportagens sobre a rodovia, que também é conhecida como Cuiabá-Santarém.

A equipe do Canal Rural percorreu a estrada que foi aberta pelos homens do Exército na década de 1970. Foram três dias intensos de viagem para percorrer todos os 1746 quilômetros que separam Cuiabá, em Mato Grosso, de Santarém, no Pará. É um caminho recheado de histórias de pessoas que acreditaram no futuro que a estrada poderia ajudar a construir.

? Quando nós viemos, a estrada não era tão ruim, porque tinha acabado de ser aberta. Mas depois de alguns anos, não tinha ponte, não tinha nada. Era uma tristeza. Levava sete ou oito dias para chegar até Guarantã e não era possível saber se ia chegar ou não. Não tinha ônibus, e quando tinha, tinha que passar por duas vigas em cima dos riozinhos aí. Se as rodas saíssem das vigas tinha que ficar lá, esperando alguma ajuda ? conta o produtor rural Bruno José Fronter.

No trajeto, as duas realidades que margeiam a pista são facilmente percebidas. Do lado mato-grossense, o desenvolvimento gerado pela produção agropecuária, hoje transportada pela rodovia quase 100% pavimentada no Estado. Já do lado paraense, onde mais da metade do percurso ainda é de chão, as dificuldades geradas pelas condições da BR163 contribuíram para frear o crescimento dos municípios. Em um protesto no distrito de Castelo dos Sonhos, a população cobrou melhores condições de vida.

? Faz oito dias que o meu marido morreu por falta de saúde, de recursos que nós não temos. Háapenas dois professores para o Ensino Médio, o que é uma vergonha! E segurança não existe. Temos pessoas que querem nos ajudar, mas não têm capacidade de tal coisa ? esclarece a dona de casa Catarina Vieira Camargo.

Se as diferenças são acentuadas, os objetivos de quem depende da BR163 são semelhantes. Quem convive com os piores trechos da estrada torce pelo progresso que a pavimentação total da pista deve trazer. Quem viu o asfalto chegar mais cedo, também espera colher bons frutos quando o trabalho estiver concluído.

? A grande expectativa é que o nosso produto vai ter valorização de 20% por conta da diminuição da distância até o porto. E 20%, dependendo da safra, é o lucro do produtor ? explica o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Mário Wolf.

Para dar vida a um futuro corredor de escoamento agrícola, a rodovia foi transformada em um verdadeiro canteiro de obras. Milhares de pessoas trabalham na empreitada que vai levar asfalto para onde existe atualmente apenas terra. Mesmo diante do avanço das construções, são notórias as dificuldades geradas pela pista de chão. A poeira é uma delas. É tanto pó que fica quase impossível enxergar o que vem pela frente. Trata-se de um risco alto para os viajantes, que precisam reduzir a velocidade e redobrar a atenção para não sofrerem acidentes.

As imensas nuvens de poeira não são os únicos obstáculos para quem passa no local. Outra grande preocupação é com a época das chuvas, quando alguns trechos ainda ficam quase intransitáveis.

O motorista José Roberto Picoti, que transporta ferro para Santarém, comenta que apesar do avanço das obras, ainda fica difícil dirigir quando cai muita água na região. Porém, ele diz que não reclama, pois se lembra de como a situação já foi bem pior.
? Ficava quatro, cinco dias no atoleiro. Se dava aquela chuva forte tinha que esperar enxugar, depois íamos devagar, fazendo estivas de pau. Hoje a manutenção diminuiu na base de 60% a 70%. Se antes gastávamos R$ 1 mil, hoje gastamos cerca de R$ 300 de manutenção ? conta.

É através deste cenário repleto de dificuldades, conquistas, frustrações e esperanças que o Canal Rural vai mostrar a história, o ritmo das obras e a importância da pavimentação da estrada que corta o cerrado e a Amazônia. Nesta jornada, que a equipe de reportagem trilhou junto com uma comitiva de produtores, técnicos e especialistas em logística, foram apresentadas a realidade e os benefícios que o asfaltamento da rodovia Cuiabá-Santarém deve trazer.

REVEJA OS VÍDEOS DA SÉRIE:

13/09/2011 – 700 km ainda estão sem
asfalto em trecho da BR 163 no Pará

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14/09/2011 – BR-163, no Pará, está em
obras para conclusão do asfaltamento

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15/09/2011 – Asfaltamento da BR-163 beneficia
diretamente produtores do norte de Mato Grosso

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16/09/2011 – Grupo chinês pretende investir em
ferrovia ligando Mato Grosso e Pará

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