Nesta terça-feira (23), as autoridades alfandegárias da China liberaram a entrada no país de carne bovina brasileira que tenha recebido o aval sanitário chinês antes de 4 de setembro.
Segundo o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, a autorização não deve surtir grandes efeitos no resultado final das exportações de carne bovina em 2021.
“A quantidade certificada é pequena, algo em torno de 100 mil toneladas. Vai refrescar? Um pouco, mas insuficiente para estabelecer o recorde do ano passado, que foi de 1,72 mi de toneladas. O embargo continua. Mas mesmo sem ele seria uma meta difícil da acalçar”, afirma.
De janeiro até setembro, a China foi responsável por 50% das exportações bovinas do Brasil. Segundo Giovani Ferreira, apenas com esse dado é possível dimensionar o tamanho do estrago na cadeia produtiva nacional. “Em novembro de 2020, o Brasil embarcou 167 mil toneladas de carne bovina. Neste ano, foi apenas um terço”, diz.
Segundo o diretor do Canal Rural, o Ministério da Agricultura está trabalhando para derrubar o embargo e resgatar parte das exportações. “O que vai acontecer quando a China voltar para o mercado? Podemos enfrentar escassez. Infelizmente o preço pode subir no mercado interno. Com o embargo, a indústria está em outro ritmo e a produção também. Quando a China voltar, e se voltar forte, nós podemos ter problema de abastecimento para atender demanda doméstica e internacional. É algo que o setor está discutindo muito”, explica.
Soja
E no acumulado de janeiro até novembro, o Brasil já igualou o volume recorde de soja em grão exportado em todo o ano de 2020, 82,9 milhões de toneladas. “Quanto o Brasil vai exportar até o fim do ano? O desafio é 90 milhões de toneladas. Acho difícil, mas certamente vai chegar perto”.
O Brasil é o maior exportador de soja do mundo.