O mercado agrícola não reagiu à notícia de que a China vai isentar as tarifas sobre a importação de 700 produtos dos Estados Unidos, incluindo soja, carne bovina e suína. A consultoria Datagro afirma que o movimento acontece porque mesmo com a assinatura da primeira fase do acordo comercial, os chineses não estão comprando o produto no volume que os analistas esperavam.
“O mercado precisa que essa notícia se transforme em números efetivos de negócios. Era esperado que após a fase um, milhões de toneladas de soja seriam compradas e isso não aconteceu”, diz o diretor de commodities da empresa, Flávio França Jr.
Para ele, neste momento, é pouco provável que a China vá comprar mais soja norte-americana. Isso porque além da oferta da oleaginosa dos Estados Unidos, países como Brasil e Argentina estão com colheita em andamento. “Os chineses estão adotando uma postura conservadora. Não há necessidade de sair comprando um volume exagerado, é uma forma até de conter especulação sobre preços”, comenta.
No longo prazo, ele afirma que a isenção de tarifas de produtos dos EUA vai repercutir. “Os chineses vão comprar mais dos EUA, mas isso não está acontecendo no ritmo que o mercado espera”.