Uma comitiva chinesa, liderada pelo vice-primeiro-ministro da China, Liu He, chega nesta segunda-feira, 13, a Washington, nos Estados Unidos, para a assinatura da fase 1 do acordo comercial, prevista para a próxima quarta-feira, 15. O evento oficial com o presidente norte-americano, Donald Trump, ocorrerá na Casa Branca.
Apesar de o texto com os termos negociados ainda não ter sido divulgado por nenhum dos dois países, o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, disse em entrevista à rede americana Fox News que o acordo com Pequim é bastante significativo para os produtores norte-americanos, que vão ter mais compras de commodities por parte da China.
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Mnuchin afirmou que são US$ 200 bilhões em produtos adicionais, ao longo de dois anos. “Especificamente, de US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões em agricultura. É uma grande oportunidade para os nossos agricultores, é histórico”, disse.
“Não é tudo, porque haverá uma fase 2, mas é a primeira vez que temos um acordo compreensivo com a China em questões tecnológicas, agrícolas e de serviços financeiros”, completou Mnuchin.
Sobre a fase 2 do acordo, Trump afirmou na última semana que a concretização deve ficar para depois das eleições americanas, que vão ser realizadas em novembro.
A disputa comercial entre as duas potências começou em 2018, quando o presidente norte-americano fez o primeiro anúncio de tarifas impostas sobre produtos chineses. Desde então, houve tentativas de acordo, novas ameaças e negociações de tréguas, sem que a situação chegasse a uma solução definitiva.
Para Carlos Cogo, analista de mercado da Carlos Cogo Inteligência de Mercado, as cláusulas do acordo ainda são desconhecidas. “Apesar de o secretário norte-americano estar reportando sobre a compra da parte da China de produtos agrícolas, a China por sua vez ainda não deu a confirmação sobre volumes e valores. Primeiro precisamos saber o que tem nesse acordo para saber se vai ou não influenciar o mercado”, disse.
“Estou cético em relação à possibilidade desse acordo. Não acredito que o governo da China vá cumprir com essa demanda em relação ao setor agrícola. E, se isso não acontecer, o Brasil continuará sendo beneficiado por esse embate entre as duas potências”, afirmou o analista.