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Notícias - Soja Brasil

Com seca, sojicultores mudam variedade e devem colher safra recorde em Goiás

Acostumados a apostar em variedades superprecoces, agricultores escolhem cultivares de ciclo tardio para fugir dos efeitos da estiagem e se dão bem

Com a falta de chuvas após o fim do vazio sanitário, produtores de soja de Rio Verde (GO) apostaram em uma mudança de variedades para tentar escapar dos problemas. Saíram as cultivares superprecoces, entraram as com ciclo tardio, na expectativa de conseguir pelo menos 60 sacas por hectare na média.

Um dos produtores que resolveu mudar a estratégia e apostar em uma cultivar de ciclo tardio foi Sadi Secco. Segundo ele, as super precoces até iam bem no começo, se tivesse chuvas, mas depois, com a chegada dos veranicos (comuns na região) elas eram muito afetadas e perdiam até 6 sacas por hectare..

“A gente observou que com as cultivares mais tardias isso não acontecia e mudamos a estratégia. Agora iniciamos com as cultivares de ciclo mais longo e se plantar alguma mais precoce, fazemos no meio do mês de outubro para frente, quando as chuvas estão bem estabelecidas. Isso ajuda a manter a produtividade e um teto produtivo razoável”, conta.

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Mesmo com o clima desfavorável e poucas chuvas durante o desenvolvimento das plantas, nesta safra, a estimativa é colher entre 58 a 60 sacas por hectare, bem acima do que ele vinha conseguindo com as variedades superprecoces.

“Tivemos casos de estar colhendo 45 sacas por hectare em uma super precoce que sofreu 15 dias de sol, no período de florescimento, por exemplo”, diz Secco.

soja Rio Verde goias
Produtor Sadi Secco. Foto: Pedro Silvestre

O presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Luciano Jayme Guimarães, concorda e recomenda a mudança que os produtores estão fazendo.

“Muitas vezes a gente está preocupado em plantar mais cedo e não percebe que o teto produtivo das variedades precoces é no começo de outubro.O material precoce, quando pega uma temperatura elevada, sente muito, pois não tem o tempo de recuperar e se recompor para uma produção satisfatória. Bem diferente das variedades mais tardias, que responde melhor a produtividade”, afirma.

Variedade tardia ajuda contra doenças

Nesta safra o produtor Vilmar de Oliveira Filho enfrentou problemas além da falta de chuvas. Sua lavoura foi atacada por um fungo que apodrece as folhas, comprometendo a fotossíntese. O controle exigiu gastos equivalentes a 1,5 saco de soja de soja por hectare. Segundo ele, a variedade mais tardia ajudou na recuperação do desenvolvimento das plantas que estão na fase de enchimento de grãos e a expectativa é colher em média entre 65 e 70 sacas por hectare.

Doença chamada Mela, na folha da soja. Foto: Pedro Silvestre

“No início da cultura a gente notou que algumas folhas estavam amarelando e morrendo. Até então uma doença desconhecida. Pedimos orientação técnica e nos falaram que era a uma tal de Mela. Já entramos com fungicidas e conseguimos controlar. Agora a soja se recuperou e deve dar uma grande produtividade”, conta.

Produtor Vilmar de Oliveira Filho. Foto: Pedro Silvestre

Município está otimista com a produtividade

Segundo o presidente do Sindicato Rural, as lavouras no municípios estão muito bonitas e devem gerar uma das maiores safras de soja da história de Rio Verde.

“As lavouras estão muito bonitas, promissoras mesmo. A safra será recorde esse ano. Para nós é muito gratificante. Com certeza colheremos umas três sacas a mais por hectare esse ano, algo em torno de 65 sacas“, diz Guimarães.

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