A guerra comercial entre China e Estados Unidos está tomando conta do mercado agrícola. Os EUA anunciaram tarifas sobre a importação de 1,3 mil produtos chineses no valor de US$ 50 bilhões.
A China não deixou por menos e também vai taxar vários itens com valor similar, mas enquanto os países brigam, uma nova oportunidade se abre e analistas acreditam que o Brasil pode ganhar mais espaço e aumentar as exportações de commodities agrícolas.
No caso da soja, por exemplo, a China taxou em 25% a entrada de 35 milhões de toneladas da oleaginosa vinda dos Estados Unidos. O país oriental importa cerca de 100 milhões de toneladas de todo o mundo e, só do Brasil, são 54 milhões.
“As exportações brasileiras tendem a ser favorecida. A gente já exporta muita soja e deve terminar um ano com balanço restrito e com estoques baixos, mas a China pode tentar comprar uma maior parte da soja brasileira”, disse a analista de mercado Ana Luiza Lodi.
Quanto ao etanol, a China importou, em 2016, 890 milhões de litros. Em 2017 caiu para 318 milhões, mas segundo analistas, esse volume pode voltar a crescer. Mesmo os Estados Unidos terem taxado o produto para exportação em mais 15%, além dos 30% já existentes, o brasil não deve ganhar mercado, já que o etanol brasileiro ainda é mais caro do que o norte-americano.
“No momento, o etanol brasileiro é pouco competitivo. A gente está começando uma safra nova de cana-de-açúcar e é possível que, no pico da safra, o etanol brasileiro fique mais barato a ponto de conseguir ser exportado para a China. Mas isso depende de vários fatores que ainda não estão presentes no momento”, falou o analista João Paulo Botelho.
Futuro
O que se projeta para o mercado em relação ao que pode acontecer ainda é especulativo, mas economistas acreditam que esse problema entre Estados Unidos e China não seria uma preocupação para o Brasil e sim uma oportunidade de fortalecer a aliança com os dois lados.
“É importante para o Brasil seria definir algum tipo de acordo com comercial com a zona do Euro, tentar definir alguma posição comercial com a China e com os estados unidos de maneira relativamente neutra.”, concluiu o economista Jason Vieira.