Regulamentar a prática da vaquejada como patrimônio cultural brasileiro e bem-estar animal é a proposta do projeto de lei 8240/17 de autoria do ex-senador Raimundo Lira (MDB-PB). O texto inclui o rodeio, a vaquejada, a cavalgada e o laço como expressões esportivo-culturais ao patrimônio cultural brasileiro. “São realmente atividades culturais, que já vêm de geração em geração, geram emprego, geram renda”, explicou o consultor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Osli Barreto, em entrevista ao programa Conexão Brasília desta terça-feira, dia 23.
Segundo ele, o projeto estabelece que as associações vão precisar elaborar um regulamento específico para o bem-estar animal. Ou seja, cada prova, não importando de qual modalidade esportiva, terá regulamentos específicos que garantam os cuidados com os animais envolvidos.
A proposta ainda assegura aos animais usados na vaquejada água, comida no cocho, espaço adequado para que possam se movimentar com mais tranquilidade no curral e evitar o confinamento. Além de tudo, deve haver no local um médico-veterinário. O projeto tem como objetivo fomentar a cultura, emprego e renda em todo o país.
Aviação agrícola
Outro assunto abordado no programa desta terça diz respeito às pulverizações aéreas. Em Mato Grosso, maior produtor de grãos e dono de uma das maiores frotas de aeronaves agrícolas no Brasil, há intenção de proibir o uso de aviões para aplicações de defensivos agrícolas. “Muitas instituições são contrárias a esse tipo de manejo, mas essa ferramenta é importante para o agronegócio brasileiro e para a sustentabilidade da produção agrícola”, disse o assessor de relações institucionais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Vinícius Silva.
Segundo ele, culturas como arroz, algodão e cana, entre outras, dependem do trabalho da aviação agrícola. “Todos necessitam da aplicação de pulverização aérea, até porque são culturas que não são indicadas para o auxílio da pulverização terrestre, como a compactação do solo”.
Sobre a segurança no uso da pulverização aérea, o representante da Abrapa ressaltou que ela tem mais eficiência em relação à aplicação de defensivos agrícolas, o que preserva o meio ambiente e combate com mais eficiência as pragas e as doenças. “Sempre com profissionais qualificados e com laudo técnico emitido por engenheiro agrônomo”, finalizou.
Acordo Mercosul e União Europeia
A discussão sobre Mercosul e União Europeia (UE) também pautou o Conexão Brasília. Gabriel Lemos, consultor do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), chamou a atenção para o acordo, e que vai beneficiar o Brasil e seus parceiros sul-americanos. “A gente vai ter uma redução de muitas tarifas para os produtos de agro e, com o fim dessas tarifas, o produto brasileiro vai poder ocupar um espaço muito maior do que já ocupa no mercado europeu”, disse.
Durante o programa, Lemos lembrou que a UE está abrindo 82% do seu mercado para os produtos da agropecuária brasileira e que vai impulsionar as exportações. Sobre as questões sanitárias, o representante do IPA esclareceu que há debates no Congresso Nacional. “A Frente Parlamentar da Agricultura, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Agricultura têm desenvolvido diversas discussões com o objetivo de promover essa melhora de imagem”.
Licenciamento ambiental
A nova proposta de licenciamento ambiental também foi debatida no programa. “Acho que as discussões têm evoluído bastante, o deputado Kim Kataguiri tem coordenado diversas reuniões na Câmara dos Deputados, para poder apresentar o relatório final sobre o assunto”, disse o consultor de Meio Ambiente do IPA, Vicente Silva. O especialista também destacou que o setor produtivo avançou na questão,
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