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Abraleite luta por estabilidade ao produtor e preço mínimo

Presidente da entidade recém-fundada, Geraldo Borges fala sobre as demandas mais urgentes do setor leiteiro

Fonte: Reprodução

Mais de 500 pessoas de todo o país se uniram para criar a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite). Já grande e representativa, a entidade nasce com força, mas com desafios maiores ainda. As demandas mais urgentes são conseguir estabilidade ao mercado leiteiro, para defender e proteger o produtor, e estabelecer um preço mínimo para o produto. A Abraleite quer fazer a interlocução entre o campo e o governo para integrar o segmento a novas políticas públicas e também alavancar a produção e as exportações de lácteos brasileiros. Quem explica é o presidente, Geraldo Borges, entrevistado deste domingo, dia 23, do programa Direto ao Ponto.

Uma das grandes preocupações é a saída crescente de pessoas da atividade. Atualmente, existem cerca de 1,1 milhão de produtores de leite no Brasil – há 20 anos, eram 700 mil a mais. A falta de uma política de proteção de preço a quem produz e de valorização social da produção leiteira ocasionou essa debandada. “Ainda é a maior categoria de produtores e 80% é familiar ou pequeno produtor. A atividade cumpre um papel social, de segurar o homem no campo. Exige o manejo diário do ser humano, utiliza pouco maquinário. É um misto de loucura, paixão e luta produzir leite”, diz Geraldo Borges.

O presidente da recém-criada Abraleite destaca que a demanda pelo preço mínimo precisa ser atendida rapidamente pelo governo federal. Segundo ele, a indústria também reclama, indicando que o lucro fica apenas no comércio, mas o mais prejudicado é o produtor. Borges afirma que a associação pretende unir a cadeia produtiva à indústria para encontrar uma solução.

Organização

Segundo Borges, o setor leiteiro é o mais desorganizado do agronegócio brasileiro. Enquanto isso, o leite é utilizado pelo governo como moeda de troca em negociações bilaterais, autorizando importações de lácteos e prejudicando o mercado interno. Para ele, é necessário representatividade e cobrança junto aos órgãos em Brasília. “Somos o quarto maior produtor de leite do mundo e ainda importamos leite. Importações geram desequilíbrio, atrapalha o mercado. O leite é usado como moeda de troca porque nosso setor não cobra. Vamos cobrar isso”.

Produção

A missão da Abraleite também é divulgar a qualidade do leite brasileiro e incentivar o consumo e aumento da produção no país. “Temos a obrigação de ser o maior produtor e exportador mundial de lácteos. Esse é o desafio. Temos fartura, nutrição para bovinos. Todos os municípios do país têm um produtor de leite”.

Além da elevação do consumo, Borges indica que é preciso investir na variação de produtos lácteos, como queijos especiais. Isso aumenta as opções do produtor e garante a valorização dos produtos.

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