O estado de Alagoas será o primeiro a iniciar uma vacinação contra a peste suína. A campanha na região começa na segunda quinzena de maio e faz parte de um projeto piloto do Plano Estratégico Brasil Livre de Peste Suína Clássica (PSC). A enfermidade foi tema do programa Direto ao Ponto deste domingo, 9.
Segundo o Ministério da Agricultura (Mapa), a iniciativa tem como objetivo erradicar a doença em todo território nacional. A convidada Charli Ludtke, diretora técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), ressaltou a importância do plano.
“É uma política pública fundamental para a saúde do rebanho (de suínos) brasileiro. Teve uma atuação forte da iniciativa privada junto com o Ministério da Agricultura e os órgãos de defesa. Vamos iniciar o plano num projeto piloto em Alagoas e começando a vacinar somente na zona não livre”.
No Brasil, existe a zona não livre que ainda registra a doença. De acordo com o Mapa, a região abrange Alagoas, parte do Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
A zona livre compreende Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e, no Amazonas, os municípios de Guajará, Boca do Acre, sul de Canutama e sudoeste de Lábrea. Essas localidades são reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a vacinação é proibida.
Qual o perigo da peste suína?
A peste suína é uma doença causada por vírus, seja ela na modalidade clássica (que ainda acontece no Brasil) ou na modalidade africana (como na China). A diretora da ABCS afirma que o impacto nas criações dos animais é grande.
“A peste suína tem um alto nível de mortalidade e provoca muitos problemas reprodutivos, como abortos. A única forma de conter o vírus, de eliminar a circulação do vírus, é por meio da vacinação, já que não tem tratamento”, afirmou Charli Ludtke.
Segundo o Ministério da Agricultura, esses vírus são “altamente contagiosos, acometem somente os suínos domésticos e asselvajados (javalis, por exemplo) e produzem grandes perdas produtivas e econômicas” aos produtores. Mas informa que no Brasil não há incidência da peste suína africana.
Em caso de ingestão de carne contaminada, não existem riscos para a saúde humana. “O Ministério da Saúde esclarece que a peste suína não é uma zoonose, ou seja, não há transmissão da doença de animais para os seres humanos”.
Última ocorrência
Ao Canal Rural, o Mapa informou que os focos mais recentes da virose suína aconteceram no município de Demerval Lobão, no Piauí. Os casos foram notificados em abril deste ano, mas foram encerrados no dia 12 do mesmo mês.
Conforme anunciou a pasta, foram feitos diagnósticos clínicos que detectaram o vírus em criações de porcos para autoconsumo. Além disso, as ocorrências foram avisadas a OIE e “não há justificativas para restrições ao comércio internacional de suínos e seus produtos”.
*Sob supervisão de Letícia Luvison