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Ampa prevê aumento de 11% na produção de algodão em Mato Grosso

Responsável por 65% da produção de algodão brasileiro, o estado de Mato Grosso espera colher cerca de 915 toneladas da pluma

Fonte: Antonio Alencar/Canal Rural

Embora o produtor de algodão de Mato Grosso tenha enfrentado alguns problemas na safra passada, a expectativa para este ano é positiva, tanto em produtividade quanto em investimentos tecnológicos no campo. A ideia é, segundo o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Alexandre Schenkel, valorizar o uso da pluma nacional. 

Schenkel é o entrevistado do Direto ao Ponto deste domingo, dia 16, e afirma, entre outras coisas, que a produção do estado deve aumentar em torno de 11%. Ano passado, cerca de 820 toneladas da pluma foram recolhidos do campo. 

“A safra de algodão no ano passado teve problemas de clima e atraso no plantio, o que repercutiu na produtividade, em torno de 10%. Mas esse ano, fizemos o plantio de soja safrinha e teve uma janela boa para o algodão”, explica o presidente. 

Maior estado produtor brasileiro, MT exporta em torno de metade do que produz, de acordo com informações da Ampa. Os principais destinos são Indonésia e China. Ainda segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a média de produção gira em torno de 1,5 toneladas por hectare. Schenkel atribui a estatística à tecnificação do produtor.

“No início dos anos 2000, nós éramos importadores de algodão para a indústria brasileira. Hoje estamos entre os cinco maiores exportadores do mundo. Isso foi graças ao trabalho da associação de motivar o produtor em fazer mecanização no campo. Nós não temos contaminação no algodão, não tem polietileno, plástico, açúcar devido às pragas. Nós fazemos produto de qualidade, de padrão de pluma”, reitera Schenkel. 

Concorrência 

Para o presidente da Ampa, um dos desafios atuais do algodão brasileiro é a concorrência com a fibra sintética. “O mercado algodoeiro recebe influência da demanda da indústria e nem sempre o que eles querem é a pluma. Mas estamos evoluindo e implementando o uso do algodão no tecido”, afirma. 

De acordo com Schenkel, é preciso ter em mente que ambos os produtos precisam conviver, porque o que está em jogo é  a necessidade do consumidor. “Há uma tendência da mistura das fibras, e tudo depende muito da indústria da moda. Mas estamos com uma campanha para incentivar o uso da fibra natural”, reitera. 

Segundo o presidente, vale reiterar ainda que embora a fibra sintética seja mais barata, a qualidade e o conforto do algodão acaba ganhando o mercado. 

Tecnologias novas

Outra incentivo à produção é o uso de algodão transgênico, autorizado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) recentemente. 

“O algodão é uma cultura mais longa, fica muito tempo no campo, tem muito ataque de pragas e acaba que se tiver um material resistente, tolerante a herbicidas, é interessante que se use menos defensivos e teríamos um material mais ecológico”, explica. 

O produtor, entretanto, também precisa ter responsabilidades. “Se você tem novas tecnologias, você precisa trabalhar com as ferramentas de manejo de resistência de insetos, ou seja, é preciso fazer o refúgio”, explica. 

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