Mas, afinal, como dá para saber se um produto é mesmo orgânico? E como o agricultor pode receber reconhecimento de que sua produção é orgânica? O Direto ao Ponto deste domingo, 25, respondeu essas e outras perguntas sobre o cultivo e a comercialização de produtos obtidos sem o uso de defensivos químico no Brasil. O programa contou com a participação do coordenador substituto de Produção Orgânica do Ministério da Agricultura (Mapa), Luciano Cavalcanti.
“Ele é um produto originado do sistema orgânico de produção. E o sistema orgânico de produção tem que ser reconhecido por algum organismo credenciado pelo Ministério da Agricultura. Esse organismo vai reconhecer a forma como aquele produtor está produzindo, e, a partir daí, o produto dele se torna reconhecido e é verificado que ele segue uma série de regras”, disse o representante do Mapa
Cavalcanti também falou sobre o procedimento de regularização de uma propriedade para a produção de orgânicos. O processo para conseguir o selo brasileiro de produto orgânico é realizado por meio de uma entidade autorizada pelo ministério.
“O produtor que tem interesse deve procurar um organismo credenciado no Ministério da Agricultura. Pode ser uma certificadora por autoria ou passar a fazer parte de um grupo que faz a certificação através do sistema participativo. Então, a primeira providência é procurar um organismo certificador, que vai dar um parecer ou um prazo de quando o produtor vai poder colocar esse produto como orgânico no mercado”, afirmou.
A fiscalização é feita pelo Mapa, mas o crescente público desses produtos também atua nesse sentido. “Cada consumidor está indo também com um olhar de fiscal e a gente recebe muitas informações deles”.
‘Alimentando o solo’
Uma das diferenças entre o sistema orgânico e o sistema convencional está na fertilização do solo. Segundo o coordenador do ministério, a necessidade de nutrientes das plantas é suprida com “um manejo diferenciado no ambiente” e adotando-se produtos e substâncias naturais.
“A maneira de se nutrir o solo é com a menor intervenção possível no processo de produção, e produtos não tratados quimicamente, de forma que aumente a solubilidade. O produtor orgânico sempre imagina que ele vai estar alimentando o solo”, conta o coordenador.
Cavalcanti salienta, entretanto, que, os produtos originados do sistema convencional de plantio também são saudáveis. “Não deixa de ser saudável por não ser orgânico”, declarou.
*Sob supervisão de Letícia Luvison