Um governo de reformas amplas e necessárias, mas que não terá força para aprová-las devido à turbulência política e à impopularidade. Essa é a avaliação do deputado federal Marcos Montes, líder do partido PSD na Câmara e ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), sobre a gestão de Michel Temer. Montes, entrevistado deste domingo no programa Direto ao Ponto, defende a permanência do presidente no Palácio do Planalto e afirma que a denúncia de corrupção contra o chefe do Executivo é inconsistente juridicamente.
Para o deputado, não se pode se criar um ambiente tumultuado por uma “questão meramente política”. Ele afirma que o presidente Michel Temer tem alta rejeição popular, mas que as medidas implementadas no governo dele surtiram efeito positivo na economia. Montes também condenou o que chamou de “demonização” da política. “É uma generalização. Mas tem que separar quem é bandido e quem não é. Quem tem conta a pagar na justiça criminal tem que pagar”.
Sobre as reformas promovidas pelo governo federal, Montes considera todas positivas e necessárias. Ele elogia o texto final da lei trabalhista, sancionada essa semana, mas pondera que as mudanças na Previdência não serão aprovadas. “Previdência é mais complicado. Não tem estrutura para aprová-la nem em 2017 nem em 2018. Se nada tivesse acontecido, poderia avançar. Agora não”, disse, referindo-se às denúncias contra o presidente Michel Temer.
Reforma política
Em tramitação na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma política deve ser votada ainda este ano. Porém não deve contemplar todos os anseios da população. “A reforma política não será profunda.”