A eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos não deve afetar a economia brasileira nem as relações comerciais entre os governos brasileiro e americano. Essa é a avaliação do economista Adolfo Sachsida, entrevistado deste domingo, dia 13, do programa Direto ao Ponto. Segundo ele, as avaliações pessimistas sobre o impacto causado pela condução do magnata ao cargo político mais poderoso do mundo vêm de uma cobertura midiática ruim e falha, que não teve análise profunda dos fatos e das propostas, mas sim uma torcida pela candidata derrotada Hillary Clinton. Já sobre o discurso protecionista do republicano e um possível aumento de subsídios aos agricultores de lá, o economista acredita que não devem impactar na agricultura daqui.
Sachsida concorda que a eleição de Trump foi uma “zebra”, mas tem uma teoria para isso. “A população está cansada do vitimismo, do politicamente correto. Os problemas são reais e precisam ser resolvidos, doa a quem doer”. Para o economista, o único receio imediato é um possível aumento da taxa de juros dos EUA, o que não depende diretamente do presidente, mas sim do Banco Central, que tem total autonomia. Ele também avalia que o republicano não deve realizar grandes mudanças, já que todas elas dependem da aprovação do Congresso Nacional.
Economia brasileira
Adolfo Sachsida também fez uma análise da economia brasileira e das medidas que o governo está tomando para superar o mau momento. Ele criticou o desconhecimento da PEC 241 (agora PEC 55, no Senado), que cria o teto para os gastos públicos. Segundo o economista, ela representa o início do reordenamento das finanças do país, mas sozinha não surtirá efeito. Sachsida defende mudanças rígidas nas regras da Previdência e nas leis trabalhistas.