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Direto ao Ponto

Avanço no status sanitário vai abrir novos mercados para carne brasileira, diz Acrimat

Diretora-executiva da entidade afirma que ampliar áreas livres da febre aftosa sem vacinação vai permitir ao país acessar países como Japão e Coreia do Sul. Mais quatro estados e parte do AM e MT devem ser reconhecidos pela OIE em 2021

Os avanços no status sanitário do Brasil em relação à febre aftosa e as oportunidades para a cadeia produtiva da carne forma os temas do programa Direto ao Ponto deste domingo, 6. Nesta edição, a diretora-executiva da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Daniella Bueno, falou sobre o andamento do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa), em que fase o país está na ampliação das áreas livres da doença sem vacinação, a atuação do setor produtivo e como essa nova etapa melhora o posicionamento do país em relação a países importadores.

A dirigente da Acrimat destacou que esse avanço no status sanitário vai permitir ao Brasil expandir as exportações de carne in natura. “A gente já acessa o mercado de 156 países. No entanto, vários deles não compram a totalidade da nossa carne, apenas as carnes processadas em virtude da vacinação da febre aftosa”, disse.

Ela afirmou que se trata de importadores considerados livre da doença sem vacinação e, por isso, são mais exigentes. “Eles têm algumas restrições. Exemplos são o Japão e a Coreia do Sul, que não aceitam carne bovina vacinada”, ressaltou.

Em agosto, o Ministério da Agricultura reconheceu os estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia e partes do Amazonas e Mato Grosso como áreas livres sem vacinação. Os municípios mato-grossense de Rondolândia e partes de Aripuanã, Colniza, Comodoro e Juína tiveram esse reconhecimento. A decisão abrange uma área com cerca de 500 mil cabeças de gado.

“O próximo passo agora é que esses estados sejam reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) como zonas livres de febre aftosa sem vacinação em maio do ano que vem e, até 2023, em todo o país”, atestou. Para isso, o país passa por um momento de revisão Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa com uma série de ações do governo e setor produtivo.

Daniella Bueno informou houve uma forte mobilização dos criadores em Mato Grosso nessa última etapa da vacinação, o que permitiu a imunização de 99,67% do rebanho do estado. São mais de 30 milhões de cabeças.

“Nós temos qualidade, quantidade, sanidade e sustentabilidade. Somos um parceiro confiável. Esse é o grande recado que nós temos que levar para o mundo”.

Entenda o Pnefa

O Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa foi criado para manter as condições sustentáveis e garantir o status sanitário do Brasil como livre de febre aftosa e ampliar as zonas livres sem vacinação. O plano 2017-2026 está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal, com as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa) em parceria com o setor privado e governo.

Cabe ao Ministério da Agricultura realizar o monitoramento e a execução das ações previstas, com a finalidade de avaliar a necessidade ou a possibilidade de antecipar ou adiar o cronograma de transição em unidades da federação. No Brasil, apenas o estado de Santa Catarina tem o reconhecimento junto à Organização Mundial de Saúde Animal e possui a certificação internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação.

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