O lançamento do Plano Safra 2017/2018 feito pelo Governo Federal nesta semana dividiu opiniões de entidades e produtores. De um lado, há quem comemorou o volume total ofertado de R$ 190,25 bilhões e sobretudo a diminuição de pontos percentuais nas taxas de juros. De outro, as alíquotas ainda ficaram acima do esperado, o plano foi considerado “modesto” e pouco atrativo em novidades. Já o governo, comemorou as conquistas.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, foi o responsável pelas negociações nos últimos meses junto à equipe econômica e disse, em entrevista ao Direto ao Ponto, que o “sentimento é muito positivo” diante do que o Ministério conseguiu fazer mesmo com a contenção de gastos pelo qual passa o país.
“O governo vai gastar R$ 8,9 bilhões na equalização. É o que nós tínhamos. Hoje o governo tem que caminhar por essa linha de enxugar a máquina estatal, os gastos têm de ser menores. Foi com esse recurso que nós conseguimos contemplar a redução da taxa de juros, incluindo os programas prioritários e trazer inclusive outros programas para o Plano Safra para viabilizar por exemplo a cana de açúcar no estado de São Paulo e no Nordeste”, reitera.
Questionado sobre o direcionamento dos créditos para os programas, Geller informou que o governo se baseou nas demandas dos produtores e nas discussões feitas em cada estado. “Esse ano o custeio recuou um pouco os valores. Tem muito produtor capitalizado que não precisa de custeio. O montante que foi aplicado é suficiente tendo em vista o que foi aplicado ano passado.”
Já no Moderfrota, por exemplo, o valor passou de R$ 5 bilhões, para R$ 9,3 bilhões. “É um recurso importante porque ele financia trator, colheitadeira, plantadeira, espalhador de calcário, fertilizantes. Então, esses programas teve uma demanda maior, nós direcionamos recursos para ter o suficiente”, explicou.
Dentre os programas prioritários e que tiveram as taxas de juros reduzidas, o destaque é o de armazenagens, de acordo com o Secretário. O motivo foi a retração no ano passado por causa dos altos valores. A ideia, baixando de 8,5% para 6,5% é viabilizar a capacidade de pagamento dos produtores e ajudar na questão da logística no Brasil, considerada “deficitária” pelo entrevistado.
Seguro Rural
Embora o governo tenha anunciado R$ 550 milhões para seguro agrícola para 2017/2018, ainda está pendente em manter um orçamento em pé para os R$ 310 milhões restantes prometidos para este ano, dos R$ 400 milhões, com o corte de 42% nos gastos do MAPA.
“Está sendo trabalhado com a equipe econômica e Planejamento para conseguir limite orçamentário. Nós vamos jogar bem aberto com o setor e o produtor. Estou muito confiante para ter o dinheiro, para que em julho, agosto ou setembro o produtor possa ter a subvenção. Nós temos algumas ações de governo que vão dar um respiro fiscal, uma delas é o PL dos precatórios. Esperamos que alguma dessas alternativas segure os R$ 310 milhões que faltam”, afirma.