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Direto ao Ponto

Planejamento e disponibilidade de crédito são fundamentais para garantir oferta de biomassa sustentável

Em entrevista ao Direto ao Ponto, analista do Imea fala sobre reflexos da expansão da agroindústria na demanda por eucalipto em Mato Grosso

O Direto ao Ponto desta semana entrevista o analista de custo de produção do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Miquéias Michetti, que fala sobre como a expansão da agroindústria em Mato Grosso tem gerado uma demanda crescente por biomassa sustentável para atender a essa nova frente no estado. “Temos enxergado um grande potencial com o avanço das agroindústrias. O eucalipto em Mato Grosso, tem uma importância por ter sido a matriz energética de uma das agroindústrias pioneiras no estado mas, vem ganhando importância com essa nova fase”, diz.

Michetti falou sobre um trabalho encomendado pela Associação dos Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta), realizado pelo Imea em parceria com o Senar-MT, que tem o objetivo de mensurar a demanda das agroindústrias. “A falta de planejamento não permite o avanço dos cultivos. Esse estudo tem como objetivo mapear a situação dos plantios, onde eles se localizam, como são feitos, quais são as dificuldades sobre a ótica do produtor e mapeamos também a oferta de mudas e genética implantada nesses materiais no estado, monitoramos a questão da demanda como isso está sendo consumido, se existem projetos de plantio próprio, fomento e parcerias técnicas”, afirma.

Além disso, o analista do Imea falou como o estudo foi realizado. “O primeiro objetivo foi mapear as áreas e entender onde elas estão distribuídas. Depois fomos atrás dos plantios comerciais para falar com os produtores, após isso, mapeamos os viveiros para saber a quantidade de mudas que são produzidas e por fim, fomos olhar como a agroindústria está consumindo essa biomassa”, diz.

Ele comentou também como os altos custos dificultam o cultivo. “Para plantar, é preciso de dinheiro. A gente tem uma necessidade de crédito que é latente no estado. Até 2019 não houve oferta de crédito oficial em Mato Grosso para cultivo de eucalipto. Em 2020 e 2021, Mato Grosso foi o principal destino de crédito e, com isso, a gente vê que os produtores já estão respondendo à demanda na contratação dos créditos. Infelizmente, o crédito não é suficiente para os incrementos necessários. O planejamento e o crédito devem estar muito bem ajustados para o cultivo, porque não podemos ter mudanças estruturais nesse período em que pode vir a se instalar no estado”, afirma Michetti.

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