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'Há um problema de renda', diz nova líder da FPA

Nova presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Tereza Cristina foi a entrevistada do Direto ao Ponto deste domingo (25). Dentre os temas comentados, a deputada faz crítica ao parlamento nacional e seus conflitos com a justiça

A deputada Tereza Cristina (DEM/MS) foi eleita presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) da Câmara Federal na última terça-feira, dia 20. Mesmo com um último ano de mandato mais curto em função das eleições, a parlamentar está otimista com o encaminhamento de temas importantes para o setor, mas não afasta as dificuldades que pode enfrentar.

“Estamos vivendo um momento complicado no país onde a intromissão de um poder no outro vem atrapalhando muito”, afirma. De acordo com Cristina, o judiciário quer legislar e o legislativo, quando não fica satisfeito com a lei feita vai até a justiça contestar o que perdeu no plenário. Além disso, a deputada destaca que esta última legislatura foi complicada.

“Não tivemos sossego para tratar de temas do dia a dia, ficamos apagando incêndio. Neste último ano do mandato espero que tenhamos menos sobressaltos, para terminar assuntos caros que devem dar segurança jurídica ao agronegócio para continuar sendo o motor da economia brasileira”, diz.

Para isso, um dos principais temas trabalhados pela presidente da FPA é crédito. “Não é porque o setor segura a economia brasileira que os produtores não sofrem com dívidas. Nós temos hoje um problema de perda de renda no setor agropecuário como um todo, tanto na agricultura como na pecuária. Na pecuária mais que na agricultura”, revela.

A ideia da deputada é facilitar o crédito rural de modo que o produtor dependa cada vez menos dos créditos oficiais. Outra demanda importante é a reformulação do seguro. Para Cristina, é preciso cobrir a renda, não o financiamento do banco.

Além da criação da Comissão Externa do Endividamento Agrícola, a presidente quer uma reformulação do Manual do Crédito Agrícola, feito na década de 60, quando o país ainda era importador de alimentos.  “Hoje nós somos o segundo maior exportador do mundo”, reitera.

Cristina pensa ainda em propor um Plano Safra que seja a longo prazo de dez anos, por exemplo, para ajustar juros e taxas anualmente. “Mas para a diminuição efetiva de juros é preciso que o Brasil diminua a dívida pública”, explica.

Outras pautas importantes para Tereza Cristina são o licenciamento ambiental, as questões indígenas, a desburocratização dos defensivos e, de forma mais urgente, a derrubada dos vetos da Lei que estabelece o Programa de Regularização de Dívidas Rurais e a prorrogação do prazo de adesão, com término previsto para o dia 28 de fevereiro.

Questionada sobre qual orientação os produtores devem tomar em relação ao Funrural, a parlamentar diz que “cada produtor precisa procurar o seu contador, mesmo que por precaução, e separar o valor em mãos após o cálculo e decidir, dentro da sua realidade, o que é melhor fazer.”

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