O setor sucroalcooleiro brasileiro registrou alguns avanços nos últimos anos, principalmente em função do aumento do preço do açúcar, que gerou ganhos à indústria. Mas a cadeia produtiva ainda trava alguns embates importantes para poder explorar todo potencial que tem. Um dos problemas é o retorno da cobrança de PIS/Cofins sobre o etanol. A desoneração de R$ 0,12 por litro do produto hidratado foi extinta no início de 2017 e deve gerar redução no consumo e elevação de custos. O presidente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool-MT), Piero Vicenzo Parini, critica a medida e pede que o governo federal se sensibilize e reavalie a decisão.
Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, Piero também lamentou a falta de investimentos e incentivos mais eficazes na geração de combustíveis renováveis no país. Segundo ele, a meta estabelecida pelo Brasil nessa área na COP 21 passa diretamente pelo aumento da produção de etanol para 50 bilhões de litros por ano até 2030. Para atingir esse patamar, ele avalia que seriam necessárias dez novas usinas. “Importar combustíveis é tiro no pé. Perda de divisas e empregos. Para conseguir aumentar essa produção, a resposta é o etanol de milho”, avaliou.
A crise que atingiu o setor e durou dez anos ainda traz reflexos na produção atual. A recuperação é lenta e, por isso, muitas usinas ainda não são flex. O trabalho realizado para aumentar a confiabilidade na indústria sucroalcooleira, no entanto, é o que pode ajudar a reverter esse quadro. “O conceito foi sendo melhorado e também há avanços na ciência, na genética de cana-de-açúcar”, argumentou.