O presidente eleito, Jair Bolsonaro, indicou o nome do sétimo ministro da equipe que comandará o país a partir de 2019. Para o cientista político Juliano Griebeler, da Barral M Jorge Consultoria, as escolhas de perfis técnicos para a Esplanada atendem aos anseios da população e têm sinalizado a formação de um time muito forte. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, o especialista avaliou como positivos os anúncios feitos até agora, mas pensa que isso também gera riscos à gestão de Bolsonaro.
“Fica a dúvida de como vai ficar esse relacionamento dessa gestão. Bolsonaro vai ter alguns ministros muito fortes e ele vai ter que ver como vai se dar essa coordenação com ele para não ter mais visibilidade e mais poder que ele mesmo”, alertou Griebeler.
O exemplo mais claro é a indicação do juiz federal Sérgio Moro para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. “Ele colocou alguém que não necessariamente vai ter controle e conseguir demitir. Imagina uma situação em que ele precisa demitir o juiz Sérgio Moro, por exemplo, teria impacto muito negativo pra imagem dele”, completou.
Além de Sérgio Moro, Jair Bolsonaro indicou a presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputada federal Tereza Cristina, para o Ministério da Agricultura, o general Augusto Heleno para o Gabinete de Segurança Institucional, o diplomata Ernesto Araújo para as Relações Exteriores, o general da reserva Fernando Azevedo e Silva para a Defesa, o engenheiro e astronauta Marcos Pontes para a Ciência e Tecnologia, o economista Paulo Guedes para o superministério da Economia e o deputado federal Onyx Lorenzoni para a Casa Civil.
O cientista político Juliano Griebeler também comentou que a simples redução do número de ministérios proposta por Bolsonaro não garante economia. “Você reduzir ministérios não necessariamente reduz a quantidade de funcionários, de programas. Tem que ver como vai se dar esse corte, se vem junto com corte de despesa, de cargos e outros possíveis para fazer economia. E também tem que cuidar para não ficar muito burocratizado, que um ministério tenha que lidar com gama de assuntos muito grandes”, apontou.