Aconteceu nesta quinta-feira (25), o Encontro de Analistas e a apresentação dos resultados do Confina Brasil, que visitou mais de 130 propriedades do país este ano focadas no confinamento. Um dos assuntos abordados durante a programação foi a emissão de metano pela pecuária, tema tratado também na COP26 em Glasgow, na Escócia.
Um dos participantes do evento e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Sudeste (Embrapa), Sérgio Raposo conta como o Brasil já possui alternativas viáveis para a redução de emissão de gases que contribuem para o efeito estufa, através de confinamento animal.
“O metano é uma ineficiência do sistema de digestão e tem uma relação de quanto melhor a dieta menor é a proporção produzida desse gás. Então no confinamento, o gado possui uma dieta controlada, com digestão maior por quilo de matéria seca, consequentemente uma menor emissão de gás”, explica Raposo.
- Conab projeta recorde nas exportações de carnes de frango e suína em 2021
- ‘Com alta dos preços, produtor está mais preocupado com inflação do que com sua fazenda’
O pesquisador ressalta que o pasto e o confinamento tem vantagens quando se usada com a combinação exata, já que cada um possui uma forma sustentável de manejo. “O pasto sequestra o carbono, enquanto o confinamento diminui a redução de metano. Nesse aspecto, não é uma disputa entre os dois, pois o confinamento ajuda a aumentar a lotação das pastagens, diminuir a lotação na seca e os animais vão desempenhar melhor com a dieta e produzir menos metano por matéria seca”, diz.
Por fim o pesquisador diz que a meta traçada na COP26 de reduzir em 30% as emissões de carbono não será uma tarefa fácil, mas o Brasil está traçando uma boa estratégia. “Quanto mais se intensifica a pecuária no sentido de melhorar o desempenho, naturalmente se combate a emissão de gases de efeito estufa. Nesse cenário o metano está deixando de ser emitido para virar carne, enquanto o CO2 é absorvido pelo solo e pela pastagem. Não vai ser fácil atingir a meta proposta para a redução de emissão de carbono, mas temos alternativas, sendo o confinamento uma peça chave para se ter uma pecuária eficiente”, conclui.