Leia abaixo o segundo diário de bordo:
Deixamos Luanda cedinho, nesta segunda, e pegamos a estrada rumo à província de Malanje. Nas cinco horas de viagem, a pobreza e a precária condição de moradia das famílias à beira da rodovia chamaram atenção. Casas minúsculas, a maioria de barro, e muitas crianças em volta. Vimos também um expressivo comércio informal, feiras a céu aberto onde são vendidos produtos da agricultura familiar – que representa quase a totalidade da produção agrícola de Angola.
No meio desta realidade, está instalada a Unidade Agroindustrial da Biocom, em Cacuso. Hoje, são 7,4 mil hectares de cana plantados, de um total de 36,9 mil que serão cultivados até 2018. Nossa equipe acompanhou durante a tarde um dos primeiros dias de colheita. Nesta safra inicial, até outubro, deverão ser moídas 160 mil toneladas de cana, que na indústria se transformarão em 18 mil toneladas de açúcar, 3 milhões de litros de etanol e 120 GWh de energia.
A noite caiu e conseguimos visitar parte da área industrial da usina. A estrutura é grandiosa. Recebeu um investimento total de US$ 750 milhões e deve ser inaugurada oficialmente na segunda quinzena de outubro. Ela emprega hoje duas mil pessoas, com 94% da mão de obra nacional. Em cinco anos, o número de trabalhadores deve subir para 2,9 mil, sendo 98% deles angolanos.
Amanhã, no nosso último dia em Cacuso, vamos conferir como funcionará o processo de produção de açúcar, etanol e energia, além de um trabalho à parte da Biocom, voltado ao incentivo e à orientação dos moradores locais para a agricultura familiar.
* O Canal Rural viajou a convite da Odebrecht