Para inspirar os produtores do país neste início de 2021, ainda mais em época de pandemia de coronavírus, uma família produtora de frutas de Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, precisou reinventar o modelo de negócio para garantir renda durante a pandemia. A estratégia deu tão certo que eles decidiram continuar mesmo se a tão esperada vacina da covid-19 sair.
O ano de 2020 acabou e os brasileiros mostraram que é na crise que eles fazem ainda mais a diferença. Em uma propriedade de frutas em Mogi das Cruzes (SP), o escoamento da produção foi prejudicado pela pandemia, mas a família de Rubia Arakawa não se deixou abalar e bolou uma alternativa.
“A gente começou a divulgar nos aplicativos de conversas do celular. Aí foi um falando para o outro e assim foi, a gente começou a fazer entrega em toda cidade de São Paulo e aqui na região”, afirma Rubia.
O trabalho agora começa no celular, anotando os pedidos. Depois disso, as frutas escolhidas pelos clientes são selecionadas, a caixa de entrega é montada com tudo fresquinho e, por fim, a entrega é feita. Tudo em família, cada um vai para um lado para atender os mais de 40 pedidos diários.
“Minha família adora, é tudo muito prático. Mesmo depois que a pandemia passar vamos continuar comprando com eles”, diz a cliente Nilza Kiyomi Ikemori.
Aos poucos, as frutas do sítio Arakawa foram ficando famosas pela qualidade. Para manter o padrão, o segredo é a dedicação. Cada cacho de uva, por exemplo, é embalado no jornal para proteger do sol. Outro ponto importante é respeitar a época certa da colheita. Fora isso, a paixão pelo trabalho faz toda a diferença nos resultados.
“Para mim, o principal segredo é ter amor e carinho pelas plantas. Apesar de estarmos aqui há 50 anos e eu ser a terceira geração aqui no sítio, o principal de tudo é o amor e carinho com as plantas”, diz Sérgio Arakawa.
Com o sucesso nas vendas e no novo modelo, o negócio que era provisório em 2020 vai entrar 2021 e deve ficar.
“Com certeza vai continuar, mesmo que a pandemia passe mesmo e quando a vacina chegar, a gente ainda vai mais para frente e vai fazer muitas entregas na casa das pessoas”, diz Rubia.
O ano foi de desafios, mas também de aprendizados. Para o Sérgio foi a persistência que manteve a família em pé.
“Nunca desistir, porque a gente depende da alimentação e nós dependemos da nossa produção para nos alimentarmos, então é nunca desistir, sempre correr atrás e não desanimar”, diz ele.