Fevereiro vai terminando com a formação de uma nova invernada entre os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Pará e boa parte do Matopiba. Nos próximos cinco dias, previsão do tempo indica que há expectativa de 100 milímetros acumulados em algumas localidades, o que vai interromper os trabalhos de campo em Goiás, Mato Grosso e Tocantins, que estavam mais acelerados ao longo da semana por conta das janelas de tempo mais firme. Até mesmo as temperaturas vão ficar mais baixas e a máxima prevista para o próximo domingo é de apenas 26°C, para Rio Verde, em Goiás.
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Para março, veremos nova interferência dos bloqueios atmosféricos. Os modelos indicam que o próximo mês será com chuva acima da média em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, norte do Rio Grande do Sul, oeste de Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima e no litoral norte do Amapá. Por outro lado, todo o Nordeste, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e boa parte de Mato Grosso receberão uma quantidade de chuva menor que o mês anterior, mas a única região que deve ficar abaixo da média é a faixa que vai da Bahia até o Rio Grande do Norte.
O Rio Grande do Sul também vai receber pouca chuva no mês de março, pois ainda seguiremos com efeitos do La Niña e mais uma vez o estado deve registrar precipitações abaixo da média. Com o retorno da chuva mais para o Sul, o calor também deverá aumentar em boa parte do Brasil, situação típica quando há formação de bloqueios atmosféricos. As temperaturas ficam acima da média no Rio Grande do Sul e também na faixa que vai do norte de Minas Gerais até o leste do Ceará.
Na distribuição da chuva por quinzena, são esperadas precipitações entre 50 e 100 milímetros em boa parte do Brasil na primeira metade de março. No Sul, a chuva será mais fraca apenas no sul e leste do Rio Grande do Sul. No Sudeste, vai chover menos de 50 milímetros na Região dos Lagos e Litoral Norte do Rio de Janeiro, além de uma faixa entre o norte de São Paulo e o centro de Minas Gerais. No leste de Mato Grosso do Sul, na região Centro-Oeste, também há previsão de menos de 50 milímetros. Por outro lado, no oeste e norte de Mato Grosso do Sul deverá chover mais de 150 milímetros, dificultando as atividades de campo já bastante atrasadas desde a primavera passada.
Na região Norte, a chuva vai diminuir bastante em algumas áreas e estão previstos menos de 50 milímetros apenas no norte de Tocantins e o leste do Pará. Por outro lado, a chuva será muito intensa no norte do Amapá, centro e oeste do Pará, Amazonas, sul e leste de Roraima, Rondônia e Acre. Com a formação de um novo bloqueio atmosférico, a chuva será especialmente intensa nos rios que nascem na cordilheira dos Andes e descem para o Acre, Rondônia e oeste e sul do Amazonas, trazendo mais inundações.
Já a região Nordeste será a exceção. A maior parte dos estados vai receber menos de 50 milímetros, o que será bom para as áreas que já estiverem colhendo e ruim para quem precisar de umidade para o desenvolvimento final da safra. Em áreas do sertão, como norte da Bahia e o interior do Ceará, são estimados menos de 30 milímetros em 15 dias. As únicas áreas que vão receber mais de 50 milímetros na primeira quinzena de março serão o norte do Maranhão e do Piauí e o oeste, sudoeste, sul e leste da Bahia.
Na segunda quinzena de março, a previsão do tempo observa uma maior movimentação das frentes frias pelo Sul e Sudeste, tanto que voltará a chover mais de 50 milímetros no sul e leste do Rio Grande do Sul e um dos maiores acumulados das duas regiões vai acontecer sobre o litoral do Espírito Santo. No Centro-Oeste, a quantidade de chuva vai diminuir em relação à primeira quinzena do mês, dando plenas condições de andamento para as atividades em campo. No Nordeste, embora exista previsão de acumulados mais elevados que na primeira quinzena, ainda terá muitas áreas
com menos de 50 milímetros em 15 dias. Por outro lado, boa parte da região Norte receberá mais de 150 milímetros em uma quinzena.
A distribuição das chuvas em fevereiro
O mês de fevereiro foi marcado por chuvas acima da média climatológica em 15 estados. O mês começou com o rompimento de um bloqueio atmosférico, que permitiu o avanço da chuva para o centro e norte do país, e também foi marcado pela presença da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) em duas ocasiões. A ZCAS levou um corredor de umidade desde a Amazônia até o Sudeste, algo que contribuiu para chuvas volumosas especialmente em Minas Gerais. Desde o dia 1º até o momento, a cidade que mais choveu no Brasil foi Sete Lagoas, MG com 559 mm (290% acima do normal).
Outra região que chamou a atenção foi o estado do Acre. No município de Cruzeiro do Sul, o acumulado até o momento foi de 405 mm (57% acima do normal), e isso levou diversos rios do estado a ultrapassar a cota de transbordamento, deixando milhares de desabrigados. Já a cidade de Touros (RN), não registrou nenhuma chuva em fevereiro.
Houve pelo menos dois episódios de geadas no alto da Serra Catarinense. Durante as tardes, o excesso de nuvens fez as máximas ficarem mais baixas numa faixa desde o Espírito Santo até o sul do Tocantins. Por outro lado, fez mais calor do que o normal no leste da Região Sul, boa parte de São Paulo e no centro e leste do Nordeste.