Apesar da maior parte dos governadores brasileiros estarem decididos a manter o isolamento – em alinhamento com as medidas de combate ao coronavírus recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) -, alguns gestores estaduais já mostraram que estão interessados em retomar as movimentações econômicas em seus territórios. Os governadores de Santa Catarina, Carlos Moisés, e Romeu Zema, de Minas Gerais, deram demonstrações claras sobre o assunto nos últimos dias.
Moisés anunciou na última quinta-feira, 26, a elaboração do “Plano Estratégico para a Retomada das Atividades Econômicas”. A partir de 1o de abril, atividades que não são consideradas essenciais pelo governo federal poderiam funcionar parcialmente. Estariam enquadradas nesse programa atividades como bares, academias, hotéis, escritórios de prestação de serviço. Porém, no domingo, 29, o governador anunciou que o plano está suspenso. As restrições sociais foram, na verdade, prorrogadas por mais sete dias, contados desde 1º dia de abril.
“Vidas não têm preço. A economia e os empregos nós poderemos recuperar, mas as vidas não. O momento é de ficar em casa. Vamos seguir as recomendações das autoridades de saúde, inclusive do ministro [da Saúde] Luiz Henrique Mandetta, que ontem atestou que a melhor forma de manter o controle do coronavírus é o isolamento social”, declarou Carlos Moisés.
Santa Catarina registrou problemas logísticos na entrega de equipamentos médicos necessários ao preparo de hospitais no atendimento de infectados pelo novo coronavírus. No sábado, 28, Moisés já havia ressaltado que a retomada econômica dependia da capacidade da rede de saúde em responder ao possível crescimento de casos de pessoas doentes.
No Sudeste, Romeu Zema declarou na sexta-feira, 27, que estuda reativar algumas atividades econômicas do estado a partir desta semana. “A nossa prioridade continua sendo a preservação da vida, mas iremos iniciar um estudo para começarmos a ver o que é possível fazermos para retirarmos alguns setores”, explicou o governador de Minas Gerais.
Zema reforçou que o estudo será feito em caráter condicional. “Isso será feito estando sujeito a ser desfeito, caso a gente perceba que os índices de novos infectados pelo novo coronavírus estejam aumentando. Mas estamos otimistas de que será possível reativar algumas atividades em algumas regiões do estado”.
Atividades essenciais
Na última semana, os estados fizeram adequações em decretos de isolamento para permitir que atividades essenciais sejam mantidas em funcionamento. Dentre estas atividades, estão o transporte e entrega de cargas e a produção, comercialização, distribuição e entrega de alimento e bebidas. Atividades acessórias a essas como postos de combustíveis, borracharias e pontos de alimentação em rodovias foram incluídos nas edições.
Os ministros da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e da Agricultura, Tereza Cristina, realizaram videoconferências com governadores, membros do Conselho Nacional de Secretários de Transportes (Consetrans) e da Confederação Nacional de Municípios (CNM) a fim de garantir o cumprimento dos decretos e portarias federais relacionados ao tema.