Mercado e Cia

Mercosul-UE: após acordo, governo vai criar fundo para modernizar setor de vinho

Os recursos virão do IPI e poderão ser usados para renovação das lavouras, financiamentos, equalização de taxas de juros e melhoria da logística

O governo vai criar um fundo para modernização do setor de vinho brasileiro. A medida foi anunciada na quarta-feira, dia 3, pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O objetivo é preparar os produtores de vinho para as demandas do acordo entre Mercosul e União Europeia, fechado na última semana.

Os recursos virão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente no setor e poderão ser usados para renovação das lavouras de dois a três hectares, financiamentos, equalização de taxas de juros e melhoria da logística.

O acordo entre Mercosul e União Europeia prevê a eliminação de tarifas para vinhos em garrafas de até cinco litros e champanhe em um prazo de oito anos. Ficam excluídos vinhos a granel, mostos e suco de uva. No caso de espumantes, os com preço acima de US$ 8 FOB por litro ficam isentos de tarifas assim que o acordo entrar em vigor. Após 12 anos, serão zeradas as tarifas para os espumantes e começa o livre-comércio efetivamente.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, disse que o fundo poderá eventualmente receber recursos da União. A estimativa, conforme o secretário, é alcançar R$ 150 milhões.

Leite

Para o setor de leite, o governo deve isentar a importação de máquinas usadas na produção com o objetivo de diminuir custos e ajudar na modernização do segmento.

“Sem o acordo, o leite é um setor que já nos preocupa muito. Mas é uma boa oportunidade para o setor se modernizar e é claro que o governo precisa ajudar”, disse. Ela citou as conversas dentro do governo para que haja isenção de até 35% na importação de máquinas para o setor.